Multidão protesta em Marselha contra fechamento de restaurantes
Mais de mil pessoas se reuniram para criticar decisão do governo
Cerca de mil pessoas se reuniram em Marselha, na França, para protestar contra a decisão do governo nacional de determinar o fechamento de bares e restaurantes na cidade por 14 dias para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
A maioria dos manifestantes eram empresários que, com apoio de políticos locais, criticaram a decisão por considerar que ela pode causar a falência de inúmeros estabelecimentos. Até mesmo a prefeita de Marselha, Michèle Rubirola, classificou a decisão como uma "afronta" à cidade porque considera que os números estavam "começando a melhorar".
Em entrevista à TV "BFM", a vice-prefeita, Samia Ghali, informou que a cidade não vai aplicar multas para os bares e restaurantes que abrirem mesmo com a proibição do governo nacional.
No entanto, para o governo francês a cidade é considerada a que vive o estado "mais grave" da pandemia do país. Ainda hoje, a ministra da Saúde, Olivier Véran, visitará o hospital local "Timone" e se reunirá com as autoridades locais para explicar os motivos da decisão. Entre eles, está a ocupação em mais de 50% das unidades de terapia intensiva dos hospitais da região com pacientes com Covid-19.
O premier francês, Jean Castex, defendeu as medidas definidas pelo governo e disse que é preciso "que a opinião pública fique atenta a esse momento" porque "se não agirmos agora, poderemos viver uma situação próxima à da primavera, o que pode significar um novo lockdown nacional".
Assim como ocorre nos demais países europeus que liberaram o funcionamento de todos os serviços e indústrias, a França vem registrando uma alta nos números de contágios. No entanto, a situação francesa preocupa porque os números de novos casos são muito superiores - em alguns dias, mais do que o triplo - do que os registrados no que é considerado o ápice da pandemia do novo coronavírus, entre março e maio.
Para se ter ideia, a maior quantidade de contaminações registrada à época foi no dia 31 de março, quando foram registrados 7.578 casos. Mas, a média, era de pouco mais de três mil infecções diárias.
No entanto, desde o fim de agosto, o país vem batendo recorde atrás de recorde. Nesta quinta-feira (24), por exemplo, foram 16.096 notificações em apenas um dia. A média móvel dos últimos sete dias está em 11,6 mil infecções diárias. .