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MP conclui investigação sobre crise na Alitalia

21 ex-dirigentes da empresa arriscam ir a julgamento

12 fev 2020 - 13h31
(atualizado às 13h37)
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O Ministério Público de Civitavecchia, na Itália, concluiu uma investigação contra 21 ex-dirigentes da Alitalia, que arriscam ir a julgamento por falência fraudulenta, obstrução dos órgãos de vigilância e falsificação de balanço.

Alitalia está sob intervenção do governo desde maio de 2017
Alitalia está sob intervenção do governo desde maio de 2017
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Entre os investigados estão o ex-presidente do conselho e ex-CEO da companhia aérea Luca di Montezemolo; o ex-vice-presidente James Hogan, também ex-CEO da Etihad Airways, dona de 49% da Alitalia; os ex-CEOs Cramer Ball e Silvano Cassano; e o ex-CFO Duncan Naysmith.

A lista inclui ainda importantes executivos do meio empresarial italiano, como o CEO do banco UniCredit, Jean Pierre Mustier, e a vice-presidente da Confederação das Indústrias do país (Confindustria), Antonella Mansi, que eram membros do conselho da Alitalia.

Outro investigado é Enrico Laghi, um dos três interventores nomeados pelo governo para administrar a Alitalia entre maio de 2017 e dezembro de 2019.

O inquérito cobre três anos de gestão na maior empresa de aviação civil da Itália, entre 2014 e 2017. Segundo o Ministério Público, os investigados fazem parte de um grupo que, com "ações criminosas", cometeu uma série de falsificações para a aprovação do balanço de 2015.

"De tal modo, fornecendo indicações de dados positivos que não correspondiam à realidade e permitindo o progressivo aumento da dívida, eles causaram ou contribuíram para causar a desordem da empresa, inclusive agravando-a", diz a conclusão do MP.

Além disso, de acordo com os investigadores, os então gestores da Alitalia gastaram quase 600 mil euros em catering e jantares de luxo, apesar da crise na companhia aérea.

A empresa ficou à beira da insolvência em maio de 2017, quando o governo decidiu intervir para sanar suas finanças e colocá-la à venda. Desde então, no entanto, a Itália já emprestou 1,3 bilhão de euros em dinheiro público à Alitalia e ainda não encontrou um comprador.

Ex-companhia de bandeira, a empresa foi privatizada e hoje tem 51% de suas ações nas mãos da holding Compagnia Aerea Italiana (CAI) e 49% com o grupo árabe Etihad Airways. A CAI é controlada por bancos privados da Itália, mas também tem participação da empresa pública de correios Poste Italiane.

Ansa - Brasil   
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