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Mortes e casos de coronavírus saltam na China e sugerem crise maior que a imaginada

13 fev 2020 - 07h43
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A província chinesa epicentro do surto do novo coronavírus relatou um aumento recorde no número de novas mortes provocadas pela infecção e milhares de novos casos da doença nesta quinta-feira, sugerindo uma crise muito maior do que a imaginada para a China e para o mundo.

Membro de equipe médica com traje de proteção troca tanque de oxigênio de paciente em Wuhan, na China
13/02/2020 China Daily via REUTERS
Membro de equipe médica com traje de proteção troca tanque de oxigênio de paciente em Wuhan, na China 13/02/2020 China Daily via REUTERS
Foto: Reuters

As bolsas de valores da Ásia registraram quedas e ativos considerados seguros como o ien japonês, o ouro e bônus subiram depois que os novos números da província de Hubei abalaram as esperanças de que a epidemia estava se estabilizando e que a economia chinesa se recuperaria rapidamente.

Autoridades de saúde de Hubei disseram que 242 pessoas morreram por causa do vírus similar ao da gripe na quarta-feira, o crescimento mais acentuado na contagem diária desde que o patógeno foi identificado em dezembro.

Isso levou o número total de mortos por causa do recém-descoberto vírus na China para 1.367, um aumento de 254 em relação à véspera, disse a Comissão Nacional de Saúde.

O salto nos números veio um dia depois de os mercados financeiros se animarem após a China relatar o menor número de novos casos em duas semanas, dando credibilidade à previsão do principal conselheiro médico do país para o surto de que a epidemia poderia terminar em abril.

Anteriormente Hubei havia permitido que as infecções fossem confirmadas somente por exames de RNA, que podem levar dias para serem processados. O RNA, ou ácido ribonucléico, carrega informações genéticas que permitem a identificação de organismos como vírus.

Mas a província começou a usar tomografia computadorizada, que é mais rápida e revela infecções pulmonares, para confirmar e isolar os casos mais rapidamente, disse a comissão de saúde de Hubei.

Como resultado, outros 14.840 novos casos foram registrados na província na região central do país nesta quinta, contra 2.015 novos casos nacionalmente na véspera.

Cerca de 60 mil pessoas foram infectadas pelo vírus, a vasta maioria na China.

O novo procedimento de diagnóstico pode explicar o salto no número de mortes, disse Raina McIntyre, chefe de pesquisa em biosegurança do Kirby Institute na Universidade de Nova Gales do Sul.

"Presumivelmente, há mortes que aconteceram com pessoas que não tiveram um diagnóstico de laboratório, mas tiveram uma tomografia computadorizada", disse ela à Reuters. "É importante que isso também seja contabilizado."

O novo exame está sendo usado apenas em Hubei, disseram as autoridades.

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