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Morte de George Floyd: Trump promete acionar Forças Armadas para conter tumultos em protestos

Presidente americano fez pronunciamento garantindo que representantes de 'terrorismo doméstico' serão severamente punidos.

1 jun 2020 - 21h56
(atualizado em 2/6/2020 às 03h17)
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O presidente Donald Trump ameaçou usar Forças Armadas para conter protestos em pronunciamento na Casa Branca
O presidente Donald Trump ameaçou usar Forças Armadas para conter protestos em pronunciamento na Casa Branca
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (1) que irá mobilizar todos os recursos — civis e militares — do governo federal para impedir tumultos, saques, vandalismo e a "destruição arbitrária de propriedades", em suas palavras, nas manifestações que já tomaram conta de pelo menos 30 cidades americanas desde a semana passada.

O protestos foram motivados pela morte de um homem negro, George Floyd, sob custódia policial em Minneapolis no último dia 25. Em um vídeo, o ex-policial Derek Chauvin, branco e hoje detido, é visto pressionando com o joelho o pescoço de Floyd, que diz repetidamente não conseguir respirar.

Para Trump, que fez pronunciamento da Casa Branca nesta segunda-feira, "todos americanos ficaram enojados e revoltados, com razão, pela morte brutal de George Floyd", que "não terá morrido em vão". Mas a reação à morte teria sido tomada "por anarquistas profissionais, multidões violentas, incendiários, saqueadores, criminosos, grevistas, antifa e outros" (neste último caso, uma abreviação de "antifascistas").

A morte de George Floyd motivou protestos de resistência contra a violência policial
A morte de George Floyd motivou protestos de resistência contra a violência policial
Foto: AFP/Getty Images / BBC News Brasil

"Estes não são atos de protesto pacífico. São atos de terrorismo doméstico", afirmou.

"Conforme estamos falando (no pronunciamento), estarei despachando milhares e milhares de soldados fortemente armados, forças militares e policiais para interromper tumultos, saques, vandalismo, assaltos e a destruição arbitrária de propriedades", acrescentou, destacando que violadores da lei seriam punidos severamente e com longas penas na cadeia.

Críticas a governadores

O presidente também criticou gestores locais, seguindo a linha de uma conversa que teve mais cedo com governadores, na qual afirmou que eles eram "fracos" e motivo de chacota mundial por sua reação aos protestos.

Trump classificou a última noite em Washington D.C. como uma "desgraça", garantindo que o toque de recolher na capital seria "rigorosamente aplicada" na noite desta segunda-feira.

A Guarda Nacional em Washington, com cerca de 1.200 agentes, já está inteiramente designada para trabalhar nas manifestações, mas uma fonte do órgão afirmou que outras centenas de agentes de cinco Estados foram convocadas à capital para reforçar a resposta. Esta mesma fonte afirmou que parte da equipe pode estar equipada com armas letais, "caso o presidente decida armá-la".

Sem máscara e com Bíblia

O presidente americano caminhou até a igreja St John, em Washington
O presidente americano caminhou até a igreja St John, em Washington
Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP via Getty Images / BBC News Brasil

Depois do pronunciamento na Casa Branca, Trump atravessou o parque Lafayette até chegar à igreja St John, visitada por todos os presidentes americanos desde 1816.

Da parte exterior da igreja, segurando um exemplar da Bíblia, o presidente americano afirmou: "Temos a maior nação do mundo. Vamos mantê-la agradável e segura."

Em meio à pandemia de coronavírus, que colocou os EUA na liderança em número de casos (1.809.109) e mortes (105.099) em todo o mundo, Trump fez o trajeto e a fala na igreja sem máscara, assim como seus assessores. No grupo que acompanhou o presidente, apenas sua filha, Ivanka Trump, aparecia de máscara.

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