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Moedas da Fontana di Trevi causam 'guerra' entre Roma e Igreja

Dinheiro da fonte poderá financiar manutenção de monumentos

14 jan 2019 - 11h53
(atualizado às 13h23)
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As moedinhas jogadas por turistas na Fontana di Trevi, um dos monumentos mais famosos da Itália, podem gerar uma crise entre a cidade de Roma e a Igreja Católica no país. Acontece que, a partir do dia 1º de abril deste ano, os cerca de 1,5 milhões de euros que são retirados da fonte poderão deixar de ir exclusivamente para a Caritas, organização beneficente.

Moedas da Fontana di Trevi causam 'guerra'entre Roma e Igreja
Moedas da Fontana di Trevi causam 'guerra'entre Roma e Igreja
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    A ideia da prefeitura de Roma, comandada por Virginia Raggi, do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), é destinar o dinheiro retirado diariamente das águas da fonte eternizada por Anita Ekberg em "La Dolce Vita" também para ajudar na "manutenção do patrimônio cultural".

    A medida para a Igreja Católica tem sido considerada como um ataque aos mais pobres. No entanto, os bispos católicos ainda têm esperança em reverter a decisão. "Não estávamos à espera desta decisão. Espero que não seja final", disse o diretor da Caritas, o padre Benoni Ambarus, ao jornal da conferência episcopal italiana. Nesta segunda-feira (14), Raggi convocou uma reunião para debater o caso e estudar se finalmente mudará o destino das moedas. Porém, acredita-se que a prefeita não realizará a mudança depois de ser alvo de duras críticas.

    Em março do ano passado, a Câmara Municipal chegou a voltar atrás na decisão de se apropriar das moedas. A atitude ocorrera logo depois que um memorando da Prefeitura estabelecera que o dinheiro devia ser "internalizado", ou seja, integrado ao orçamento municipal. Com isso, muitos italianos pediram que a atitude fosse reconsiderada. A decisão de confiar à Caritas de Roma o dinheiro que os turistas jogam na fonte, é datada de 2001, após um decreto do então prefeito da capital, Walter Veltroni. Uma escolha confirmada também pelas administrações sucessivas.

    As moedas são recolhidas todos os dias por voluntários da entidade e usadas para financiar ajudas a sem-teto. Em Roma, estima-se que existem cerca de 10 mil pessoas sem abrigo. A entidade ainda conta com o auxílio de casas de câmbio para trocar todos os tipos de divisas - dólares, rublos, ienes e até reais - por euros.

Ansa - Brasil   
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