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Mundo

Ministra italiana visita Líbia para debater imigração ilegal

Lamorgese pediu a UE para ativar mecanismo para ajudar migrantes

4 ago 2021 - 16h46
(atualizado às 17h34)
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A ministra do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, desembarcou nesta quarta-feira (4) em Trípoli, capital da Líbia, para realizar uma série de reuniões com as autoridades locais, na tentativa de debater questões relativas ao processo de estabilização do território ao norte da África e sobre imigração ilegal.

O primeiro compromisso da italiana foi com o primeiro-ministro do governo de Unidade Nacional do Estado, Abdulhamid Dabaiba, o ministro do Interior, general Khaled Mazen, e "o chefe da agência de imigração ilegal" na sede do Ministério da Defesa.

Lamorgese confirmou o desejo de desenvolver concreta e rapidamente um projeto sobre as fronteiras no sul da Líbia para prevenir fluxos migratórios irregulares e tráfico de seres humanos, em colaboração com a Organização Internacional para as Migrações.

Além disso, a ministra italiana discutiu o processo de estabilização do país e abordou o debate em curso com a comunidade internacional e a União Europeia (UE), incluindo o papel estratégico que a Líbia e a Tunísia desempenham para o norte da África e todo o Mediterrâneo.

Durante o encontro, a representante do governo da Itália consolidou o treinamento, o intercâmbio de informações e a cooperação investigativa sobre redes criminosas transnacionais e grupos terroristas que operam, especialmente ao longo da fronteira sul da Líbia.

O premiê líbio, por sua vez, ressaltou "a necessidade de ativar o papel italiano no dossiê de imigração" e o fato de "que deveria haver uma colaboração séria entre os dois ministérios".

Segundo uma publicação na página do Facebook do governo de transição da Líbia, "a reunião também se concentrou na evolução da Tunísia e no seu impacto, em particular na questão da migração".

UE -

Hoje cedo, a ministra do Interior da Itália pediu para a União Europeia ativar, mesmo que temporariamente, um mecanismo que permita garantir um porto seguro a centenas de migrantes resgatados no Mediterrâneo que estão atualmente a bordo de navios humanitários.

O pedido foi feito durante longo telefonema com a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, com quem fez um balanço da situação dos fluxos migratórios ao longo da rota do Mediterrâneo central.

Lamorgese, tendo em consideração as graves crises políticas e econômicas que afetam alguns países do norte da África e o número constantemente crescente de desembarques de migrantes durante o verão, reiterou algumas solicitações já feitos.

A italiana ressaltou a necessidade de uma mudança na política migratória do bloco e enfatizou que é preciso convocar um conselho extraordinário de Assuntos Internos para debater a evolução dos fluxos migratórios, porque o assunto "não pode ser tratado apenas pela Itália e pelos outros países cujas fronteiras coincidem com as fronteiras externas" da UE.

Além disso, a ministra italiana pediu "a ativação imediata, ainda que temporária, de um mecanismo que envolva os Estados-membros para permitir um porto seguro, compatível com as medidas de prevenção no âmbito [da pandemia] da Covid-19, para os navios das ONG atualmente envolvidos em operações de resgate em águas internacionais".

De acordo com o governo italiano, Lamorgese apelou igualmente "ao relançamento do princípio de solidariedade entre os Estados-membros para uma redistribuição obrigatória dos migrantes resgatados no mar".

Por fim, ela quer um sinal imediato para dar seguimento ao que foi aprovado no Conselho Europeu de 24 de junho, quando a comissão foi convidada a "reforçar imediatamente as ações concretas realizadas com os países de origem e de trânsito dos fluxos migratórios para dar um apoio tangível".

Ansa - Brasil   
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