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Militares russos participarão de exercício militar em Belarus

Anúncio ocorre no dia que opositora se reúne com líderes da UE

21 set 2020 - 09h58
(atualizado às 10h01)
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O Ministério da Defesa de Belarus anunciou que cerca de mil militares russos participarão de um exercício militar no país entre os dias 22 e 25 de setembro.

Segundo nota oficial divulgada nesta segunda-feira (21), a ação faz parte da segunda fase de uma missão de apoio mútuo entre Minsk e Moscou.

"Tendo como pano de fundo a situação político-militar que está ocorrendo ao redor de Belarus, o presidente decidiu fazer a fase 2 dos exercícios. Elas se concentrarão nas atividades conjuntas que garantem a segurança militar do Estado", informa o comunicado republicado pela agência russa Interfax.

Ao todo, a operação incluirá seis mil soldados e 500 equipamentos militares, sendo que mil soldados e 100 veículos serão provenientes da Rússia.

O anúncio ocorre no dia em que uma das principais líderes da oposição de Belarus, Svetlana Tikhanovskaya, se reuniu com líderes europeus para discutir a crise política no país. A opositora concorreu ao cargo de presidente nas últimas eleições contra Aleksandr Lukashenko, no dia 9 de agosto, e perdeu em um pleito acusado de fraude.

"Pedimos a toda comunidade internacional de não aceitar a legitimidade de Lukashenko porque ele não é legítimo aos olhos do povo bielorrusso. Ele roubou nossos votos durante a eleição. Peço a todos que deem voz ao nosso país porque só com a ajuda da comunidade internacional poderemos vencer a luta pela democracia em Belarus", disse Tikhanovskaya aos jornalistas após se reuniu com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, em Bruxelas.

Do lado europeu, quem se manifestou sobre a visita da líder opositora foi o alto representante para Política Externa, Josep Borrell.

"Horas antes do Conselho Europeu, nós nos reunimos com Svetlana Tikhanovskaya. Fomos encorajados pelas perseverança dos bielorrussos, especialmente, das mulheres, que mostram um verdadeiro senso de liderança. Apoiaremos um diálogo interno inclusivo, para eleições livres e justas. Isso não é uma interferência nos assuntos internos. A democracia e os direitos humanos são o coração da identidade da União Europeia", afirmou.

- Crise política: Desde 9 de agosto, Belarus vem registrando protestos diários por conta da quinta eleição consecutiva de Lukashenko, que está no poder desde 1994. Essas manifestações sempre tem um número alto de detentos - na do domingo (20) foram 442 - e diversos jornalistas internacionais já foram detidos também na cobertura dos eventos.

Enquanto a Rússia - e em menor grau, a China - apoiam Lukashenko, os europeus não reconheceram os resultados do pleito tanto pelas supostas fraudes que deram 80% dos votos para o presidente como pelo processo eleitoral que caçou diversos candidatos opositores.

A própria Tikhanovskaya, uma dona de casa sem nenhuma experiência política, se candidatou ao cargo porque o seu marido, Sergey Tikhanovsky, foi impedido de concorrer nas eleições por supostos problemas eleitorais. Atualmente, a opositora e sua família fugiram para a Lituânia.

Já a Rússia aprovou um empréstimo de US$ 1,5 bilhão para o governo de Minsk, além de destacar uma unidade de reserva para uma área próxima à fronteira entre as duas nações. .

Ansa - Brasil   
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