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Mundo

Militares e civis fecham acordo para dividir poder no Sudão

Pacto abre caminho para início de transição política no país

17 jul 2019 - 10h24
(atualizado às 10h30)
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A junta militar que controla o Sudão desde abril e a aliança de oposição da sociedade civil assinaram nesta quarta-feira (17), em Cartum, um acordo de divisão do poder para estabelecer um governo de transição e encerrar a crise no país.

Sudaneses celebram acordo entre militares e civis nas ruas de Cartum
Sudaneses celebram acordo entre militares e civis nas ruas de Cartum
Foto: EPA / Ansa - Brasil

As duas partes firmaram uma "declaração política", enquanto a "declaração constitucional" deve ser aprovada dentro de alguns dias. "É um momento histórico", disse o general Mohamed Hamdan Dagalo, o "Hemedti", vice-presidente da junta militar.

Hemedti é líder da milícia Forças de Suporte Rápido (RSF, na sigla em inglês), que avançou contra manifestantes durante protestos pró-democracia nos últimos meses. O mesmo grupo é acusado de praticar estupro e tortura em Darfur, região palco de crimes contra a humanidade durante a ditadura de Omar al Bashir.

O líder autocrata foi deposto em 11 de abril, após quatro meses de protestos populares contra um regime que vigorou por 30 anos. Os manifestantes, no entanto, continuaram nas ruas para exigir a transferência do poder para civis.

O acordo desta quarta dá sequência a um compromisso alcançado em 5 de julho e prevê a formação de um "conselho soberano" que governará o Sudão por três anos e três meses. O colegiado será composto por cinco militares e cinco civis, além de um civil com passado militar.

O conselho será presidido por um militar nos primeiros 21 meses e por um civil nos 18 restantes, em uma concessão significativa da aliança de oposição Forças de Declaração da Liberdade e da Mudança, que exigia a transferência imediata do poder para a sociedade civil.

O grupo pró-democracia ficará responsável por formar o ministério, enquanto os dois lados definirão as regras para o poder Legislativo nos primeiros três meses da transição.

Ansa - Brasil   
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