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Militante na Caxemira pede intervenção militar do Paquistão na região, alvo de disputa

1 set 2019 - 16h44
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Um comandante militante da Caxemira disse neste domingo que o Paquistão deveria enviar tropas para proteger o povo da Caxemira, controlada pela Índia, se as Nações Unidas não enviarem forças de paz, depois que Nova Délhi revogou a autonomia da região no mês passado.

"É obrigatório que as forças armadas do Paquistão, a primeira potência nuclear islâmica, entrem na Caxemira ocupada pela Índia para ajudar militarmente o povo do território", disse Syed Salahuddin, que lidera uma aliança de mais de uma dúzia de grupos que lutam contra o domínio indiano na Caxemira.

Os comentários evidenciam a crescente pressão doméstica sobre o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Kahn, para que tome medidas robustas depois que a Índia retirou da Caxemira seu status especial em 5 de agosto. Khan até agora se concentrou em uma campanha diplomática global que condena as ações da Índia.

"Nestes momentos desafiadores... o mero apoio diplomático e político não vai funcionar", disse Salahuddin em uma reunião com centenas de pessoas em Muzaffarabad, capital da zona paquistanesa da Caxemira.

Ao retirar da Caxemira seu status especial, o governo da Índia bloqueou o direito da região de formular suas próprias leis e permitiu a não residentes a compra de propriedades na região. O governo defendeu que a reforma facilitará o desenvolvimento da Caxemira, o que geraria benefício para todos.

Mas a medida enfureceu muitos moradores da região, que tem estado sob segurança reforçada desde então, com linhas telefônicas, redes de Internet e televisão bloqueadas e restrições a reuniões e à livre movimentação de pessoas.

A Índia e o Paquistão governam partes da Caxemira, mas ambos países reivindicam seu controle por completo.

O governo paquistanês anunciou este ano que estava reprimindo grupos militantes em meio à pressão global para fazê-lo depois que um desses grupos lançou um ataque mortal contra a polícia paramilitar na Caxemira controlada pela Índia em fevereiro.

Salahuddin disse que "medidas duras" tomadas pelo governo do Paquistão prejudicaram a capacidade de seu grupo de agir.

"Essas medidas nos impediram de lançar uma resistência armada contra a Índia, em um movimento que foi injusto", afirmou ele.

Autoridades do Paquistão dizem que o governo está trabalhando para mostrar que está se comportando de forma responsável, rejeitando sugestões de que poderia haver uma tentação de usar os militantes para atacar a Índia.

Salahuddin, que é originalmente da cidade de Badgam, na Caxemira administrada pela Índia, foi colocado em uma lista de terroristas globais por Washington em 2017, um movimento que o governo do Paquistão na época qualificou como injustificado.

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