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Mianmar adota primeiras medidas para apaziguar conflitos envolvendo rohingyas

10 out 2017 - 09h30
(atualizado às 10h15)
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O governo de Mianmar adotou nesta terça-feira a primeira iniciativa para melhorar as relações entre seguidores de religiões diferentes desde que uma irrupção de episódios de violência em agosto inflamou tensões e desencadeou um êxodo de cerca de 520 mil muçulmanos para Bangladesh.

Refugiada rohingya durante checagem médica em Palang Khali, Bangladesh REUTERS/Jorge Silva
Refugiada rohingya durante checagem médica em Palang Khali, Bangladesh REUTERS/Jorge Silva
Foto: Reuters

Os muçulmanos rohingyas continuam fugindo mais de seis semanas depois que insurgentes rohingyas atacaram forças de segurança em Rakhine, Estado do oeste de Mianmar.

A Organização das Nações Unidas (ONU) qualificou a repressão militar feroz aos ataques dos rohingyas como uma faxina étnica destinada a expulsá-los de Mianmar.

Uma nova leva de refugiados entrou em Bangladesh nos últimos dias, inclusive cerca de 11 mil na segunda-feira. Alguns relataram uma fome crescente em Rakhine, além de mais ataques grupais contra muçulmanos em vilarejos.

Apesar das críticas internacionais crescentes à crise de refugiados, a campanha militar é popular entre a maioria budista de Mianmar, onde existe pouca solidariedade com os rohingyas e os muçulmanos em geral e o nacionalismo budista cresceu nos últimos anos.

O partido da líder do governo, Aung San Suu Kyi, deu o primeiro passo para acalmar a animosidade entre as comunidades realizando orações ecumênicas com budistas, muçulmanos, hindus e cristãos em um estádio na maior cidade de Yangon.

"Isto é pela paz e a estabilidade", disse Aung Shin, porta-voz do partido, à Reuters. "Paz em Rakhine e paz em toda a nação".

O tráfego ficou difícil ao redor do estádio e monges budistas e freiras lotaram as arquibancadas, além de milhares de outras pessoas.

Os rohingyas haviam depositado suas esperanças de mudança no partido de Suu Kyi, mas vêm mostrando desconfiança diante da pressão nacionalista budista. A legenda da líder do país não apresentou nenhum candidato muçulmano na eleição de 2015, que venceu com facilidade.

Os rohingyas não são classificados como uma minoria nativa de Mianmar e por isso não têm direito à cidadania, conforme uma lei que liga a nacionalidade à etnia.

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