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Merkel se inclina a grande coalização com partido Social Democrata

25 nov 2017 - 14h55
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A chanceler alemã Angela Merkel saudou neste sábado a perspectiva de conversas sobre uma "grande coalizão" com seus rivais do partido Social Democrata (SPD)e defendeu o histórico de um governo similar anterior, dizendo que havia funcionado bem.

O quarto mandato de Merkel foi posto em dúvida quando os Democratas Livres (FDP), a favor do mercado, deixaram as negociações para uma coalizão com seu bloco conservador e o Partido Verde no domingo passado, causando um impasse político na maior economia da Europa.

Mas, na sexta-feira, o SPD reverteu uma decisão anterior e concordou em negociar com Merkel, aumentando as chances de uma nova "grande coalizão", que governou a Alemanha pelos últimos quatro anos, ou a de um governo de minoria.

Dirigindo-se a membros do partido no sábado, Merkel disse que os eleitores deram a seu partido conservador um mandato para governar nas eleições de 24 de setembro, na qual sua legenda conquistou a maioria dos assentos no parlamento, mas limitou as opções de coalizão. Seu partido perdeu apoio para o Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita.

"A Europa precisa de uma Alemanha forte, é desejável que o país tenha um governo operando rapidamente", disse Merkel em uma reunião regional do partido no norte da Alemanha, acrescentando, no entanto, que seu governo interino poderia operar os negócios cotidianos.

"Eu acho que seria totalmente errado pedir aos eleitores para irem às urnas novamente", disse ela. Na segunda-feira, Merkel disse que preferiria novas eleições a um governo de minoria, no qual seu partido seria mantido no poder pelos outros.

Sem mencionar a opção de um governo de minoria, Merkel disse que gostaria de olhar para frente após os reveses da semana passada. Soando autoconfiante e obtendo aplausos durante seu discurso, ela voltou sua atenção totalmente para o SPD.

Saudando as perspectivas de negociação com seu ex-parceiro, ela defendeu o histórico da última coalizão.

"Nós trabalhamos bem juntos", disse ela, acrescentando que sob a grande coalizão a Alemanha teve o mercado de trabalho mais forte em décadas, um orçamento equilibrados e pensionistas e famílias se beneficiaram.

O presidente Frank-Walter Steinmeier deve receber Merkel, o líder do SPD, Martin Schulz, e o líder de seu partido conservador CSU para uma reunião na quinta-feira. Steinmeier exerceu pressão considerável em Schulz para mudar de rumo, pelo bem da estabilidade da Alemanha.

SUBSTÂNCIA

No entanto, ninguém está dizendo que as coisas serão fáceis e os dois ex-parceiros já estão se alfinetando sobre política.

Merkel disse que seus objetivos são manter as finanças da Alemanha sólidas, reduzir alguns impostos e expandir a infraestrutura digital.

Em uma concessão a seus aliados conservadores do CSU, ela também disse que planeja limitar o número de imigrantes a entrar na Alemanha a 200 mil por ano.

Isso, no entanto, pode ser díficil para o SPD aceitar.

"Um limite, que não pode ser chamado desta maneira, fere a constituição e a Convenção de Genebra. Com o SPD lá não haverá limites sobre parentes que querem se juntar àqueles que solicitaram asilo", disse o vice-líder do SPD, Ralf Stegner, ao grupo de mídia Funke.

Schulz, que até sexta-feira rejeitava qualquer acordo com Merkel, disse que não havia nada automático sobre o resultado e prometeu que os membros do partido poderiam opinar nas negociações.

O SPD está dividido, uma vez que muitos membros temem que uma renovação da grande coalização seria suicídio político. O partido registrou seu pior resultado desde 1993 na eleição de setembro.

Vários outros líderes do SPD pediram outros compromissos, como investimento em educação e habitação.

Alguns membros seniores do SPD deixaram claro que não deixarão Merkel torná-los reféns. "A sra. Merkel não está em posição de estabelecer condições", disse Malu Dreyer, premiê do estado da Renânia-Palatinado ao Trierscher Volksfreund.

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