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Merkel liga para Conte para salvar cúpula migratória

Roma se irritou com rascunho sobre emergência no Mediterrâneo

21 jun 2018 - 15h08
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O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, diz ter recebido uma ligação da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, prometendo abrir mão do rascunho de uma declaração conjunta sobre a crise migratória que Roma considera lesiva para seus interesses.

Giuseppe Conte e Angela Merkel durante encontro recente em Berlim
Giuseppe Conte e Angela Merkel durante encontro recente em Berlim
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Em sua página no Facebook, Conte disse que Merkel telefonara preocupada com a possibilidade de ele não participar da cúpula informal sobre migração convocada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para o próximo domingo (24).

"Confirmei que para mim seria inaceitável participar deste encontro com um texto já pré-concebido. A chanceler esclareceu que houve um mal entendido: o rascunho difundido ontem será arquivado", acrescentou o primeiro-ministro, ressaltando que a reunião de domingo discutirá também uma "proposta italiana".

O texto ao qual ANSA teve acesso diz que os países da UE se comprometem a "reduzir o número de chegadas ilegais" no bloco e os "movimentos secundários, evitando travessias ilegais das fronteiras entre Estados-membros de migrantes e solicitantes de refúgio".

Além disso, o texto fala em aumentar controles em viagens de trem, ônibus e avião e obriga solicitantes de refúgio a ficarem no país onde pediram proteção internacional. O documento ainda defende a transformação da Agência Europeia de Guarda de Fronteira e Costeira (Frontex) em uma "verdadeira polícia de fronteiras".

O rascunho também propõe recursos para um fundo voltado à África e a elaboração de uma lista europeia de "países de origem seguros". A Itália não gostou do texto, mas ainda não explicou quais serão suas propostas. "É importante que a chanceler alemã chame o premier italiano, porque até pouco tempo atrás nos mandavam um email com as coisas prontas", disse o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini.

De acordo com o último relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), apresentado nesta semana, a Itália abriga 353,9 mil solicitantes de refúgio ou refugiados, número que a coloca em 16º lugar no ranking de países que mais acolhem. Na União Europeia, a Itália fica atrás de Alemanha (segunda, com 1,4 milhão) e França (15ª, com 400 mil) em números absolutos. A lista das nações que mais abrigam refugiados é dominada por países emergentes ou subdesenvolvidos, como Turquia (primeira, com 3,8 milhões) e Paquistão (terceiro, com 1,39 milhão).

Ansa - Brasil   
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