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Memorandos de Comey apontam que Trump mostrava preocupação com vazamentos, lealdade e dossiê

20 abr 2018 - 08h48
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O ex-diretor do FBI James Comey escreveu em memorandos do ano passado nos quais registrou conversas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que Trump várias vezes demonstrou preocupação com alegações de obscenidade em um dossiê de inteligência e com a necessidade de provas de lealdade e de expor delatores.

Memorandos de ex-diretor do FBI James Comey 19/04/2018 REUTERS/Gavino Garay
Memorandos de ex-diretor do FBI James Comey 19/04/2018 REUTERS/Gavino Garay
Foto: Reuters

Os memorandos parcialmente editados foram entregues na quinta-feira pelo Departamento de Justiça a três comitês da Câmara dos Deputados.

Os documentos, vistos pela Reuters, incluem notas sobre uma reunião na Trump Tower em Nova York em janeiro de 2017, pouco antes da posse de Trump, na qual Comey conversou a sós com o então presidente eleito sobre um dossiê que detalhou um suposto encontro envolvendo Trump e prostitutas em Moscou em 2013.

"Os memorandos de James Comey acabaram de sair e mostram claramente que não houve conluio e não houve obstrução. Além disso, ele vazou informação confidencial. Será que a caça às bruxas continuará?", tuitou Trump.

Os memorandos também descrevem um jantar de Comey e Trump na Casa Branca cerca de uma semana depois da posse durante o qual o ex-diretor disse que Trump pediu sua lealdade.

Trump demitiu Comey em maio de 2017, quando este comandava uma investigação da Polícia Federal dos EUA sobre alegações de interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016 e um possível conluio entre a campanha de Trump e Moscou.

Comey redigiu os documentos antes de sua demissão, que levou à nomeação do procurador especial Robert Mueller para a continuação da investigação.

A Rússia nega qualquer intromissão na eleição, e Trump diz que não houve conluio e que o inquérito é uma caça às bruxas.

Grande parte do conteúdo dos memorandos foi incluída no livro de Comey "A Higher Loyalty: Truth, Lies and Leadership", publicado nesta semana, no qual compara o líder republicano a um chefe mafioso que enfatiza a lealdade pessoal em detrimento da lei e tem pouca consideração pela moralidade ou pela verdade.

Em uma das anotações, Comey relata uma reunião de 8 de fevereiro de 2017 com Reince Priebus, então chefe de gabinete da Casa Branca, cerca de uma quinzena depois de a secretária de Justiça interina Sally Yates ter alertado a Casa Branca que Michael Flynn, à época assessor de Segurança Nacional de Trump, mentiu sobre sua conversa de dezembro de 2106 com o embaixador russo nos EUA.

De acordo com um memorando de meados de fevereiro, Priebus pediu que Comey e outras autoridades graduadas do FBI "rejeitassem publicamente reportagens sobre comunicações entre associados de Donald Trump e russos conhecidos da inteligência dos EUA durante a eleição presidencial de 2016", o que estes se recusaram a fazer.

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