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Médicos sem Fronteiras suspende resgates no Mediterrâneo em meio a disputa sobre migração

12 ago 2017 - 15h18
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A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) informou neste sábado que estava suspendendo seus resgates de migrantes no Mediterrâneo porque sentiu-se ameaçada pela guarda costeira da Líbia e as políticas do governo italiano tornaram seu trabalho mais difícil.

A decisão do grupo de ajuda é o mais recente desdobramento na crescente tensão entre Roma e as ONGs, uma vez que a migração domina a agenda política da Itália antes das eleições no começo do ano que vem.

"Estamos suspendendo nossas atividades porque agora sentimos que o comportamento ameaçador da guarda costeira da Líbia é muito grave... Não podemos colocar nossos colegas em perigo", disse à Reuters o presidente do braço italiano da MSF, Loris De Filippi.

Quase 600 mil migrantes chegaram na Itália nos últimos quatro anos, a grande maioria saindo da Líbia, onde a lei é falha, em navios frágeis operados por contrabandistas de pessoas. Mais de 13 mil migrantes morreram tentando fazer a travessia.

Os barcos de caridade têm desempenhado papel cada vez maior nos resgates, recuperando mais de um terço de todos os migrantes trazidos em terra até agora este ano contra menos de 1 por cento em 2014.

No entanto, a Itália teme que os grupos estejam facilitando o tráfico de pessoas e encorajando os migrantes a fazerem a passagem, e propôs um Código de Conduta que governa a forma como operam. Alguns grupos, incluindo a MSF, se recusaram a assinar o código.

Eles se opõem à exigência de que os policiais italianos estejam em seus barcos e que os barcos devem levar os migrantes para um porto seguro, em vez de transferi-los para outros navios maiores para permitir que barcos menores permaneçam na área para resgates adicionais.

A MSF opera um navio de resgate no Mediterrâneo, o Vox Prudence, atualmente ancorado no porto siciliano de Catania.

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