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Médicos franceses suspendem alimentação de Vincent Lambert

Ex-bombeiro está em estado vegetativo há mais de 10 anos

20 mai 2019 - 12h52
(atualizado às 14h05)
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Após mais de 10 anos, um dos casos que simbolizam o debate na França sobre o vim da vida se encaminha para uma conclusão.

Vincent Lambert com sua mãe no Hospital de Reims, em 25 de julho de 2013
Vincent Lambert com sua mãe no Hospital de Reims, em 25 de julho de 2013
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O hospital de Reims, no nordeste do país, iniciou nesta segunda-feira (20) os procedimentos para suspender as terapias que garantem a sobrevivência de Vincent Lambert, ex-bombeiro que ficou tetraplégico e em estado vegetativo por causa de um acidente de moto ocorrido em 2008.

Os médicos decidiram aplicar uma sentença emitida em 2014 pelo Conselho de Estado da França, a mais alta corte da Justiça Administrativa do país, que determinou a interrupção dos tratamentos que mantêm Lambert artificialmente vivo.

Com isso, o ex-bombeiro não receberá mais qualquer forma de alimentação ou hidratação até sua morte. O caso dividiu a família de Lambert, com a esposa e seis irmãos, que apoiam a ortotanásia (eutanásia passiva), de um lado, e os pais do paciente, católicos fervorosos, de outro.

Os genitores participaram no último domingo (19) de um protesto com mais de 200 pessoas em frente ao hospital para exigir que o filho continue recebendo tratamentos paliativos. "Estão assassinando nosso filho, são monstros", disse a mãe à BFMTV, acrescentando que foi informada pelo hospital "por email".

O advogado dos pais, Jean Paillot, ainda tentou um recurso de última hora para impedir a interrupção dos tratamentos, mas a Corte Europeia de Direitos Humanos, que já havia se pronunciado sobre o caso, negou a ação.

Uma lei em vigor na França desde 2005 veta a "persistência terapêutica" e, embora não autorize a eutanásia ativa, permite que tratamentos sejam suspensos em determinados casos.

Papa

Em seus perfis no Twitter, o papa Francisco publicou uma mensagem que alude ao caso Lambert e criticou a "cultura do descarte".

"Rezemos por aqueles que vivem em estado de grave enfermidade. Protejamos sempre a vida, dom de Deus, desde o início até a morte natural. Não cedamos à cultura do descarte", escreveu.

Em seguida, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, retuitou a mensagem e deixou claro que se tratava do ex-bombeiro, ao acrescentar uma hashtag com o nome de Lambert.

Ansa - Brasil   
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