Médicos alertam para cenário 'gravíssimo' em hospitais da Itália
País vive segunda onda da pandemia de coronavírus
O maior sindicato de médicos hospitalares da Itália alertou neste domingo (25) que as unidades de saúde do país vivem uma situação "gravíssima" devido à explosão no número de casos do coronavírus Sars-CoV-2.
Em entrevista à ANSA, Carlo Palermo, secretário da Associação dos Médicos e Dirigentes Sanitários da Itália (Anaao-Assomed), disse que prontos-socorros já estão cheios e que o serviço de emergência está sobrecarregado de chamadas.
"A situação é gravíssima e absolutamente crítica. Com esse ritmo de contágios, as UTIs ficarão saturadas na segunda semana de novembro, enquanto os leitos nos departamentos de Covid normais e semi-intensivos já estão sob grande estresse", declarou.
Segundo Palermo, nem mesmo o novo decreto do primeiro-ministro Giuseppe Conte, que fecha academias, piscinas e cinemas e limita o horário de funcionamento de bares e restaurantes, pode ser suficiente para conter essa nova fase da pandemia.
"Se não houver resultados concretos em termos de redução de casos, um lockdown total será inevitável", acrescentou, ressaltando que a pressão sobre os hospitais está se tornando "insustentável".
A Itália vem registrando recordes consecutivos no número diário de casos do novo coronavírus, enquanto as mortes - 128 no último domingo - voltaram ao patamar do fim de maio. Até o momento, o país contabiliza 525.782 contágios e 37.338 óbitos causados pelo Sars-CoV-2.