May não pedirá prorrogação prolongada do Brexit, diz fonte
Expectativa é que premier retorne a Bruxelas hoje (20)
A primeira-ministra britânica, Theresa May, não pedirá uma prorrogação prolongada da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira (20).
Relatos de um representante da residência oficial de Downing Street revelam que a premier não solicitará uma longa extensão do prazo, porque há motivos para dar ao Parlamento um pouco mais de tempo para chegar um acordo na tentativa de desbloquear os próximos passos do Brexit. De acordo com a fonte, os britânicos estão "fartos com o fracasso do Parlamento na hora de tomar uma decisão e a primeira-ministra compartilha dessa frustração". A declaração foi dada antes de May escrever uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para solicitar uma prorrogação do prazo, cuja data inicial é no próximo dia 29 de março, informaram alguns veículos. A expectativa é que a política britânica retorne hoje a Bruxelas, na Bélgica, para tentar modificar o acordo junto a Comissão. No entanto, em entrevista à estação de rádio alemã Deustshlandfunk, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou que até o momento não recebeu nenhum documento de May e explicou que é improvável que a discussão sobre o adiamento do Brexit seja realizada durante o Conselho Europeu.
Por isso, os líderes precisarão se reunir na próxima semana.
"A UE fez tudo ao seu alcance para se adaptar às exigências do Reino Unido", afirmou Juncker ressaltando que "o Conselho Europeu poderá se reunir novamente na próxima semana, mas a paciência está diminuído".
"O acordo de divórcio não será renegociado", enfatizou. Hoje, May se reunirá com Juncker no Berlaymont, sede do executivo da comunidade. O objetivo é garantir uma "discussão amigável".
O encontro acontece dois dias depois do presidente da Câmara dos Comuns do Reino Unido, John Bercow, proibir a realização de uma terceira votação sobre o mesmo acordo para o "divórcio". Com a decisão, o governo da premier só poderá levar o texto ao plenário se houver alterações em seu conteúdo. O tratado do Brexit já foi rejeitado em duas ocasiões pelo Parlamento. A meta de May era mostrar que o documento assinado com Bruxelas é a única alternativa a um rompimento sem acordo, já que a UE não abre mão do backstop, mecanismo que prevê a manutenção de fronteiras abertas entre a Irlanda do Note e a República de Irlanda no caso de fracasso em futuras negociações comerciais.
