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Manifestantes indígenas da COP30 defendem incursão na cúpula enquanto negociações sobre o clima prosseguem

12 nov 2025 - 20h52
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Manifestantes indígenas defenderam nesta quarta-feira o avanço sobre os portões da cúpula climática COP30 e o confronto com a segurança um dia antes, dizendo que a ação tinha como objetivo demonstrar o desespero de sua luta pela proteção das florestas.

Com negociadores de países de todo o mundo dentro do complexo discutindo a mudança do futuro do mundo à medida que as temperaturas aumentam, os manifestantes disseram em uma coletiva de imprensa que queriam principalmente que suas vozes fossem ouvidas.

"Foi uma tentativa de chamar a atenção do governo e da ONU que estão nesse espaço", disse Auricelia, da comunidade Arapiuns no Estado do Pará, onde está localizada a cidade anfitriã da cúpula, Belém.

Os líderes indígenas disseram que estão horrorizados com a indústria e o desenvolvimento em andamento na Amazônia.

Dentro do complexo da COP, instalado em um antigo aeroporto, as negociações continuaram por um terceiro dia nesta quarta-feira, abrangendo uma série de questões.

Entre elas está o financiamento climático -- para financiar a transição de energia limpa e os preparativos para o agravamento dos impactos climáticos nos países em desenvolvimento. A questão tem se tornado cada vez mais tensa nas negociações da COP, já que os recursos não estão fluindo nas quantidades necessárias para atender à demanda em meio ao aumento dos danos e dos custos causados por eventos climáticos extremos.

Um relatório encomendado pela COP e elaborado por acadêmicos independentes disse nesta quarta-feira que o cumprimento da meta estabelecida na COP29 do ano passado de aumentar o financiamento anual para a ação climática para US$1,3 trilhão até 2035 ainda era "totalmente viável" com a combinação certa de políticas nacionais, padrões regulatórios e reformas nos bancos de desenvolvimento.

"O fracasso em atingir essas metas colocaria o mundo em uma situação perigosa", disse o relatório.

NO CORAÇÃO DA FLORESTA

Mais cedo, duas embarcações da marinha brasileira escoltaram uma flotilha de protesto com líderes indígenas e ativistas ambientais ao redor da Baía de Guajará, em Belém.

Os participantes seguravam cartazes com os dizeres "Salve a Amazônia" ou reivindicando o direito à terra. Centenas de pessoas -- incluindo líderes indígenas, moradores e delegados da COP -- lotaram a orla para assistir.

"Na verdade, estamos trazendo negociadores e líderes climáticos para o coração da floresta, para que experimentem em primeira mão o que é viver aqui", disse à Reuters a diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali.

Até agora, os governos do mundo não fizeram o suficiente para limitar o aumento do aquecimento global acima de 1,5 grau Celsius — o limite a partir do qual, segundo os cientistas, poderíamos desencadear extremos catastróficos.

No mês passado, os cientistas alertaram que a floresta amazônica poderia começar a morrer e se transformar em um ecossistema diferente, como uma savana, se o desmatamento rápido continuasse enquanto a temperatura média global ultrapassasse 1,5 °C. A previsão é de que isso aconteça por volta de 2030, mais cedo do que o estimado anteriormente.

"Eles (o governo brasileiro) não estão nem um pouco preocupados com o Baixo Tapajós", disse Margareth, da comunidade Maytapu, referindo-se a um afluente do Amazonas que fica a várias centenas de quilômetros de Belém.

"Eles não estão preocupados com a nossa luta. O que eles dizem é que somos contra o governo", disse. "Pelo contrário: não somos contra o governo. Precisamos que o governo esteja conosco. Mas ele precisa ser honesto com todos."

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