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Mais de 1 milhão de chilenos solicitam saque da aposentadoria na pandemia

30 jul 2020 - 16h53
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Mais de 1 milhão de chilenos pediram nesta quinta-feira para sacar parte de seus fundos de pensão após a entrada em vigor de uma lei controversa, permitindo com que os cidadãos saquem economias da aposentadoria a fim de amortecer os impactos econômicos da pandemia do coronavírus.

Funcionários de agência de uma AFP com equipamento de proteção ajudam clientes em fila, em Santiago
30/07/2020
REUTERS/Ivan Alvarado
Funcionários de agência de uma AFP com equipamento de proteção ajudam clientes em fila, em Santiago 30/07/2020 REUTERS/Ivan Alvarado
Foto: Reuters

Filas com quarteirões de extensão foram formadas em Santiago fora dos escritórios dos Administradores de Fundos de Pensão (AFP), enquanto os chilenos tentavam desfrutar da nova lei. A medida de emergência permite que aqueles com economias retirem até 10% da aposentadoria.

"Durante as primeiras horas, mais de 1.100.000 cidadãos puderam entrar com a solicitação de saque com êxito", disse Fernando Larraín, presidente da associação chilena de gestores de fundos de pensão.

Os sites de vários dos administradores dos fundos de pensão entraram em colapso na manhã desta quinta-feira, em meio a enxurrada de pedidos.

"Como alertamos desde o início, esse processo é sem precedentes e tivemos que preparar rapidamente todas as plataformas", disse Larraín.

Ele afirmou que levará 10 dias úteis para os primeiros pagamentos caírem. O influxo de dinheiro nos bolsos de chilenos é amplamente esperado para impulsionar a economia.

Vários economistas e analistas revisaram para cima as previsões para o produto interno bruto do Chile desde a aprovação da lei, prevendo um impulso nos gastos do consumidor.

O governo de centro-direita do presidente Sebastián Piñera se opôs à medida de emergência, dizendo que apoiaria os cidadãos através de gastos públicos. Ele também alertou sobre o impacto de longo prazo na lucratividade e nos já baixos pagamentos de aposentadoria em média.

Apesar desses apelos, pesquisas de opinião indicam que quase nove em cada dez chilenos planejam sacar recursos. A maioria disse que usará o dinheiro para pagar por bens e serviços básicos.

O sistema de previdência privatizado do Chile, introduzido pelo ditador Augusto Pinochet, frequentemente é aclamado como modelo por outros países, mas também tem sido fortemente criticado nos últimos anos por baixos pagamentos.

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