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Maduro assume segundo mandato na Venezuela, EUA denunciam "usurpação" de poder

10 jan 2019 - 17h00
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, iniciou nesta quinta-feira um segundo mandato que durará até 2025, desafiando um crescente cerco diplomático, liderado pelos Estados Unidos, que considera sua reeleição uma "usurpação ilegítima" do poder.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, toma posse para um segundo mandato
10/01/2019
REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, toma posse para um segundo mandato 10/01/2019 REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Foto: Reuters

Durante a cerimônia oficial, Maduro relembrou Simón Bolívar e seu mentor político, o falecido ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, em uma sala repleta de funcionários, chefes militares e alguns convidados internacionais, como os presidentes da Nicarágua, Cuba, Bolívia, El Salvador e da Ossétia do Sul.

"Juro pelo libertador Simón Bolívar e pelos exércitos libertadores da nossa América, juro pelo legado de nosso amado comandante Hugo Chávez... que cumprirei e farei cumprir todas as premissas da Constituição", disse o governante de 56 anos, com a mão esquerda levantada em frente ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça,  Maikel Moreno.

Maduro prestou o juramento ante o Supremo Tribunal do país porque a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, foi destituída de seus poderes desde que o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) perdeu controle do Legislativo em 2016, uma medida que reforçou as críticas contra o presidente de governar com um estilo autocrático.

Para os líderes de oposição, a cerimônia desta quinta-feira retratou Maduro internacionalmente como um ditador, após eleições em maio do ano passado que foram boicotadas pela maior parte das legendas de oposição devido à falta de garantias legais e consideradas como uma farsa por diversos países.

Entretanto, com o apoio das Forças Armadas, uma oposição fragmentada que não consegue se articular e uma campanha severa contra adversários ideológicos, Maduro enfrenta poucos obstáculos em casa, apesar dos baixos níveis de aprovação.

O governo Maduro enfrenta um isolamento diplomático com sanções da União Europeia e dos Estados Unidos. Além disso, países da região que fazem parte do Grupo de Lima já disseram que não reconhecerão o novo mandato.

Poucos minutos após a posse, o governo do Paraguai anunciou que estava rompendo as relações diplomáticas com a Venezuela.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou a "usurpação ilegítima" do poder por parte de Maduro e disse que continuará usando toda a sua capacidade econômica e diplomática para pressionar pela restauração da democracia no país.

"É hora de a Venezuela começar um processo de transição que possa restaurar a ordem democrática e constitucional, realizando eleições livres e justas que respeitem a vontade do povo venezuelano", afirmou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em comunicado.

Em discurso após o juramento, Maduro garantiu ser "um presidente democrata, de verdade, profundo e com cultura de base".

Os venezuelanos sofrem com uma recessão que já dura cinco anos e hiperinflação astronômica que resulta na escassez de produtos básicos, frequentes cortes nos serviços de luz e água, ausência de transporte público e de fornecimento de gás de cozinha.

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