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Macron ordena mudanças em seu gabinete após escândalo

Segurança do político espancou um manifestante em 1º de Maio, causando uma tempestade política

23 jul 2018 - 10h15
(atualizado às 10h24)
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O presidente da França, Emmanuel Macron, ordenou uma reformulação em seu gabinete depois de admitir falhas na maneira como a Presidência tratou de um escândalo com seu principal guarda-costas, filmado espancando um manifestante no feriado de 1º de Maio, disse uma fonte próxima ao Palácio do Eliseu.

O guarda-costas, Alexandre Benalla, passou a ser investigado no domingo em um caso que provocou uma tempestade política e as piores críticas que Macron enfrentou desde que tomou posse 14 meses atrás.

Presidente da França, Emmanuel Macron, após reunião com o presidente do Azerbaijão no Palácio do Eliseu, em Paris
Presidente da França, Emmanuel Macron, após reunião com o presidente do Azerbaijão no Palácio do Eliseu, em Paris
Foto: Philippe Wojazer / Reuters

Na semana passada o jornal Le Monde divulgou um vídeo que mostrou Benalla nos protestos de 1º de maio em Paris com um capacete de tropa de choque e insígnias da polícia fora do horário de trabalho.

Na filmagem, Benalla é visto arrastando uma mulher para longe de um protesto e mais tarde espancando um manifestante. Nesta sexta-feira a mídia francesa divulgou um segundo vídeo que mostra Benalla usando força contra uma mulher.

Macron demitiu Benalla, o chefe de sua equipe de segurança pessoal, na sexta-feira, mas foi questionado por não ter agido antes. Inicialmente Benalla foi suspenso por 15 dias antes de poder voltar ao trabalho.

Macron se reuniu com vários membros de seu governo no domingo para debater o caso, disse a fonte.

"O presidente disse que o comportamento de Alexandre Benalla no 1º de maio foi inaceitável, chocante e que ele não pode permitir a ideia de que alguém de seu entorno pode estar acima da lei", afirmou a fonte.

Foi o primeiro relato a respeito de comentários de Macron sobre o caso.

Reconhecendo uma série de lapsos no Palácio do Eliseu desde o feriado em questão, Macron pediu ao secretário-geral da Presidência, Alexis Kohler, para trabalhar em uma reorganização de seu gabinete pessoal para evitar que isso volte a acontecer, disse a fonte.

Parlamentares iniciaram um inquérito sobre o incidente, a leniência da punição inicial de Benalla e a omissão das autoridades por não denunciá-lo imediatamente ao Judiciário.

Críticos de Macron disseram que o incidente reforçou a percepção de um presidente desconectado da realidade na esteira de polêmicas ligadas a gastos do governo com peças de louça oficial, uma piscina em um retiro presidencial e comentários ásperos de Macron a respeito dos custos da assistência social.

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