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Mundo

Macron acusa 'anglo-saxões' de bloquearem vacinas

Segundo francês, questão das patentes não é o principal problema

7 mai 2021 - 11h44
(atualizado às 11h50)
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Um dia após ter dito que é favorável à quebra das patentes de vacinas anti-Covid, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta sexta-feira (7) que o problema da falta de doses no mundo não está na propriedade intelectual.

Macron no Porto para cúpula de líderes europeus
Macron no Porto para cúpula de líderes europeus
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Além disso, o mandatário fez um apelo para que os "anglo-saxões" - ou seja, EUA e Reino Unido - parem de "bloquear" a exportação de vacinas e de ingredientes necessários para sua produção.

"Para que a vacina circule, não se pode bloquear os ingredientes e as próprias vacinas. Hoje, os anglo-saxões bloqueiam muitos desses ingredientes e vacinas. 100% das vacinas produzidas nos Estados Unidos vão para o mercado americano", disse Macron ao chegar a uma cúpula de líderes da União Europeia no Porto, em Portugal, que servirá para discutir o assunto.

"O problema não é a propriedade intelectual", acrescentou. A proposta de quebra temporária de patentes de vacinas anti-Covid foi encampada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, após o país ter imunizado ao menos parcialmente cerca de 45% de sua população, mas ainda encontra resistência na UE.

"Falta capacidade produtiva, o problema não é a liberação das patentes", afirmou Ulrike Demmer, porta-voz da chanceler da Alemanha, Angela Merkel - o país é casa de dois fabricantes de vacinas anti-Covid contratadas pela UE: Biontech (em parceria com a Pfizer) e CureVac.

A Itália, por sua vez, sinalizou apoio à quebra das patentes. "Todos os Estados devem ter a mesma oportunidade, então é fundamental liberar a produção", declarou o chanceler italiano, Luigi Di Maio, na última quinta (6).

Ao longo dos últimos meses, a UE já havia criticado o Reino Unido por bloquear a exportação de vacinas da AstraZeneca ao bloco, o que teria sido um dos motivos para os constantes atrasos na distribuição do imunizante entre os Estados-membros.

Até o momento, já foram aplicadas cerca de 1,24 bilhão de doses de vacinas anti-Covid em todo o mundo, mas somente 19,5 milhões (1,6%) na África, embora o continente abrigue mais de 15% da população global.

Ansa - Brasil   
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