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Macri diz ter confiança de reverter derrota de domingo após peso despencar com resultados das primárias

12 ago 2019 - 18h24
(atualizado às 21h09)
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O presidente argentino, Mauricio Macri, disse nesta segunda-feira que espera "reverter a eleição ruim de ontem", depois que a oposição conseguiu uma expressiva e surpreendente vantagem nas primárias, fato que derrubou as ações e a moeda da Argentina.  

Presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante entrevista coletiva em Buenos Aires
12/08/2019 REUTERS/Agustin Marcarian
Presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante entrevista coletiva em Buenos Aires 12/08/2019 REUTERS/Agustin Marcarian
Foto: Reuters

Macri culpou a oposição de centro-esquerda pela queda nos índices financeiros, dizendo que o candidato peronista Alberto Fernández não inspira confiança nos investidores. 

As ações e o peso despencaram 30% nesta segunda, com temores de um possível retorno às políticas intervencionistas, depois que o ortodoxo Macri perdeu por uma margem muito maior do que a esperada para a oposição nas primárias presidenciais.

O peso recuperou parte das perdas, negociado a 52,15 por dólar, depois de ter caído para uma mínima histórica de 61,99 por dólar. O banco central vendeu 105 milhões de dólares de suas próprias reservas, que não eram usadas desde setembro do ano passado, para defender a taxa de câmbio. 

O principal índice de ações do país registrou a maior queda de sua história, com todos os componentes no vermelho, enquanto o custo de proteção contra um calote da dívida soberana da Argentina disparou quase 1.000 pontos-base.

"Confio que vamos reverter esse resultado ruim de ontem e que vamos ter uma eleição mais parelha em outubro que irá permitir que cheguemos ao segundo turno", disse o presidente em uma coletiva de imprensa. 

Com 98,7% das urnas apuradas, a coalizão Frente de Todos, de Fernández, tinha conseguido 47,7% dos votos, contra 32,1% do Juntos pela Mudança, de Macri, segundo a contagem oficial.

Fernández disse que buscaria "retrabalhar" o acordo de 57 bilhões de dólares da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Uma porta-voz do FMI se recusou a comentar o resultado das eleições primárias argentinas, citando uma política de não comentar sobre desdobramentos políticos. 

Apesar das dificuldades de Macri para endireitar a economia do país sul-americano, investidores vêem a candidatura de Fernández como uma perspectiva mais arriscada. 

Macri, herdeiro de uma das famílias mais ricas da Argentina, chegou ao poder em 2015 com promessas de recuperar a terceira maior economia da América Latina com uma onda de medidas liberais. 

Mas a prometida recuperação não se materializou, e a Argentina passa por recessão com uma inflação acima de 55%. 

Uma grave crise financeira no ano passado atingiu o peso e forçou Macri a tomar um empréstimo no FMI em troca da promessa de equilibrar o déficit público argentino. 

O resultado de domingo indica que Fernández tem apoio suficiente para garantir a vitória eleitoral no primeiro turno em outubro, sem precisar do segundo turno em novembro. 

Um candidato precisa de ao menos 45% dos votos, ou 40% e uma diferença de 10 pontos percentuais sobre o segundo colocado para assegurar uma vitória já no primeiro turno. 

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