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Lombardia vive situação 'dramática', diz governador

Região mais populosa da Itália tem toque de recolher noturno

23 out 2020 - 08h44
(atualizado às 09h56)
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Após a primeira noite de toque de recolher na Lombardia, região mais populosa da Itália e epicentro da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2 no país, o governador Attilio Fontana alertou que a situação é "dramática".

Centro de Milão vazio após entrada em vigor de toque de recolher
Centro de Milão vazio após entrada em vigor de toque de recolher
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A Lombardia registrou 4.125 casos na última quinta-feira (22), recorde desde o início da crise sanitária, e decidiu reabrir hospitais de campanha em Milão e Bergamo para ampliar o número de leitos de UTI disponíveis. As cirurgias programadas também foram reduzidas para aumentar a capacidade hospitalar contra a Covid-19.

"Peço aos cidadãos disponibilidade a respeitar certas limitações da própria liberdade e da própria vida que não agradam a ninguém e que não são justas, mas, em uma situação dramática, devemos infelizmente aceitar regras que não são justas. Peço isso com o coração na mão", disse Fontana, do partido de extrema direita Liga, liderado pelo senador Matteo Salvini.

"Fiquem em casa o máximo possível e evitem contatos", pediu o governador da Lombardia, região que já soma 138.729 casos e 17.152 óbitos na pandemia, enquanto a Itália inteira tem 465.726 contágios e 36.968 mortes.

O toque de recolher nas cidades lombardas entrou em vigor na última quinta-feira, com proibição de deslocamentos que não sejam urgentes ou por comprovados motivos de trabalho entre 23h e 5h do dia seguinte.

As regiões do Lazio e da Campânia, segunda e terceira mais populosas da Itália, também decretaram toque de recolher noturno, e outras estão prontas para seguir os mesmos passos nos próximos dias - o governo do premiê Giuseppe Conte descarta um novo lockdown nacional e deu autonomia para prefeitos e governadores adotarem medidas mais restritivas.

Em Milão, "capital financeira" da Itália, a primeira noite de toque de recolher remeteu aos tempos de quarentena, com ruas vazias e silêncio em uma cidade de vida noturna agitada e movimentação incessante.

A metrópole é o principal vetor de disseminação do vírus na Lombardia, e já se debate a hipótese de transformá-la em uma "zona vermelha", isolando-a do restante do país.

"Se a tendência não for invertida nos próximos 15 ou 20 dias, é muito provável que sejam necessárias intervenções muito mais drásticas", alertou Massimo Galli, diretor de doenças infecciosas do Hospital Sacco, um dos mais renomados de Milão.

A Secretaria de Bem-Estar Social da Lombardia também afirmou que "não exclui" a hipótese de instituir uma "zona vermelha" em sua capital. "Milão deve ser acompanhada com atenção muito grande, então não podemos descartar nenhuma medida", disse um dirigente da pasta, Marco Trivelli.  

Ansa - Brasil   
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