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Livre circulação terminará com Brexit sem acordo, diz governo britânico

Decisão, no entanto, foi alvo de críticas pela oposição

19 ago 2019 - 15h47
(atualizado às 19h20)
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O governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira (19) que irá encerrar "imediatamente" a livre circulação de pessoas da União Europeia (UE), em caso de um Brexit sem acordo no próximo dia 31 de outubro. A informação foi revelada pela ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, que disse ter a intenção de implementar a medida como "legislação secundária".

Livre circulação terminará com Brexit sem acordo, diz governo britânico
Livre circulação terminará com Brexit sem acordo, diz governo britânico
Foto: EPA / Ansa - Brasil

    A medida vai contra a proposta da ex-primeira-ministra Theresa May, substituída no último dia 24 de julho, que considerava um período de transição, alargando a liberdade de circulação até 2021, e permitia viagens a trabalho ou para estudar de cidadãos europeus para o Reino Unido, mesmo em caso de saída sem acordo. Um porta-voz de Downing Street salientou que "a livre circulação que existe atualmente vai terminar em 31 de outubro, quando o Reino Unido sair da UE. Por exemplo, vamos introduzir imediatamente regras mais rigorosas em matérias criminais para as pessoas que entram no Reino Unido".

    Segundo a fonte, o governo conservador planeja introduzir um sistema de pontos, semelhante ao utilizado na Austrália para controlar a imigração. De acordo com o jornal "Telegraph", funcionários britânicos também foram até Cingapura para "entender como funciona um sistema eficiente de computação aplicado à imigração". Conforme dados do governo britânico, até o final de julho, mais de um milhão de europeus já tinham obtido o estatuto de "residentes permanentes", para continuarem vivendo no país depois do 'Brexit'.

    A decisão, no entanto, foi alvo de críticas por parte dos liberais democráticos, que descreveram a ideia como "completamente distante da realidade" Além disso, a "the3million", associação de defesa dos interesses de cidadãos europeus no país, ficou ofendida com a medida. Em uma publicação nas redes sociais, a entidade disse que a medida é "irresponsável" porque "abre a porta para a discriminação generalizada".

    "Não existe um sistema pronto. É uma medida política, mas terá um forte impacto na vida das pessoas. Isso abrirá as portas à discriminação: que distinção farão entre os que já estão aqui e os que chegam depois?", ressalta o texto. Boris Johnson, por sua vez, afirmou que o Reino Unido "não se tornará hostil à imigração" e acrescentou que será "controlada democraticamente".

Ansa - Brasil   
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