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Líderes pró-democracia de Hong Kong são condenados a até 8 meses de prisão

17 ago 2017 - 09h27
(atualizado às 10h00)
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Um tribunal de apelação de Hong Kong decretou a prisão de três líderes do movimento pró-democracia da cidade controlada pela China por períodos de seis a oito meses nesta quinta-feira, em um golpe à iniciativa liderada por jovens que defendem o sufrágio universal.

Líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong, Nathan Law e Joshua Wong, chegam a Suprema Corte  17/08/2017 REUTERS/Tyrone Siu
Líderes do movimento pró-democracia de Hong Kong, Nathan Law e Joshua Wong, chegam a Suprema Corte 17/08/2017 REUTERS/Tyrone Siu
Foto: Reuters

As penas de prisão limitarão as ambições políticas do trio por torná-los inelegíveis a cadeiras na legislatura do polo financeiro pelos próximos cinco anos, e provocaram acusações de interferência política.

Joshua Wong, de 20 anos, Alex Chow, de 26, e Nathan Law, de 24, foram condenados no ano passado a penas alternativas, como serviço comunitário, por reunião ilegal, mas o Departamento de Justiça de Hong Kong pediu uma revisão com vistas a seu aprisionamento.

Wong foi preso por seis meses, Chow por sete meses e Law por oito. Este último era o mais jovem parlamentar eleito democraticamente na cidade antes de ser destituído de seu cargo no mês passado em consequência de um processo apresentado pelo governo.

Os três pareceram austeros, mas calmos, quando suas sentenças foram anunciadas por uma comissão de três juízes. Um advogado envolvido no caso disse que eles apelarão.      

Wong, que tinha 17 anos quando se tornou o rosto do movimento pró-democracia liderado por estudantes, deu um soco no ar ao sair da corte e gritou: "O povo de Hong Kong não desiste".

Minutos antes ele havia tuitado: "Eles podem silenciar protestos, retirar-nos da legislatura e nos trancar. Mas ele não conquistarão os corações e as mentes do povo de Hong Kong".

Chow acenou aos pais ao sair do tribunal, e sua mãe irrompeu em lágrimas.

Os três juízes do tribunal de apelação, o segundo maior de Hong Kong, escreveram em seu veredicto que os três ativistas não podem dizer que foram condenados por exercitar a liberdade de reunião em uma cidade na qual muitos democratas veem uma erosão gradual das liberdades prometidas em 1997.

A ex-colônia britânica, que vem sendo governada segundo a fórmula "um país, dois sistemas" desde que voltou ao comando chinês vinte anos atrás, foi abalada por quase três meses de manifestações de rua essencialmente pacíficas no final de 2014 que exigiam que Pequim conceda uma democracia plena à cidade.

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