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Líderes da UE se reúnem para dar status de candidata à Ucrânia

Decisão iniciaria formalmente o processo de adesão de Kiev

23 jun 2022 - 08h15
(atualizado às 08h24)
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Os líderes dos 27 países da União Europeia se reúnem entre esta quinta (23) e sexta-feira (24), em Bruxelas, para dar o status de candidata à Ucrânia, que pediu sua entrada ao bloco após a invasão promovida pela Rússia.

Protesto pró-Ucrânia em frente à sede do Conselho Europeu
Protesto pró-Ucrânia em frente à sede do Conselho Europeu
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A Comissão Europeia, poder Executivo da UE, já recomendou o início formal do processo de adesão, mas a decisão final cabe ao Conselho Europeu.

"É um momento decisivo para a União Europeia, estou confiante que hoje daremos o status de candidata à Ucrânia e à Moldávia e expressaremos uma forte perspectiva europeia para a Geórgia", disse o presidente do órgão, Charles Michel, antes do início da reunião dos líderes.

A concessão do status de candidato precisa da aprovação unânime dos 27 Estados-membros, mas, ao menos publicamente, nenhum país expressou contrariedade. Essa etapa, no entanto, é mais simbólica do que prática, e representantes da UE já deixaram claro que a Ucrânia não terá atalhos para entrar no bloco.

O processo de adesão é longo e complexo e exige do candidato a implantação de uma série de reformas políticas e econômicas e a adequação às legislações europeias em todos os âmbitos, incluindo regras sanitárias, regime fiscal, licitações públicas, liberdade de imprensa e independência do poder Judiciário.

Prova disso são os outros cinco países que já têm o status de candidato, mas hoje não estão nem perto de ingressar na União Europeia: Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia.

Áustria, Finlândia e Suécia detêm hoje o recorde de velocidade no processo de adesão à UE: 1.431 dias, ou seja, quase quatro anos. Já o membro mais recente da UE, a Croácia, apresentou sua candidatura em 2003 e só entrou no bloco em 2013.

Bálcãs

A ampliação da União Europeia nos Bálcãs também é tema da reunião de líderes nesta quinta-feira, e a Grécia propôs que o Conselho Europeu estabeleça como prazo para a adesão dos países da região o ano de 2033, o que dá a medida da complexidade desse processo.

A própria Grécia bloqueou durante anos qualquer avanço nas negociações com a Macedônia do Norte por conta da disputa sobre o nome do país balcânico, que só foi resolvida em 2019. Ainda assim, Skopje enfrenta a oposição da Bulgária por causa de uma disputa identitária.

Como a Albânia tem seu processo de adesão ligado ao da Macedônia do Norte, suas negociações com a UE também estão travadas.

"É uma vergonha que um país da Otan, a Bulgária, mantenha como reféns outros dois países da Otan, a Macedônia do Norte e a Albânia, em plena guerra no quintal de casa e que outros 26 países fiquem parados e impotentes", reclamou nesta quinta o premiê albanês, Edi Rama, ao chegar em Bruxelas para uma reunião sobre a expansão do bloco nos Bálcãs Ocidentais.

Já o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell, criticou o princípio de unanimidade que norteia as decisões do Conselho Europeu.

"Hoje deveríamos lançar as negociações com Albânia e Macedônia do Norte, então não posso esconder meu desprazer. Ainda há esperança, mas as coisas não parecem caminhar bem. Precisamos tentar resolver a situação, e isso mostra que a unanimidade é um problema, não dá para seguir em frente com um país que bloqueia tudo", disse.

Ansa - Brasil   
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