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Líderes da oposição da Venezuela irão viajar ao exterior para denunciar eleição "fraudulenta"

19 out 2017 - 17h52
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Membros-chave da oposição da Venezuela, dividida e abatida após perder eleições estaduais no fim de semana, irão viajar ao exterior para denunciar o que dizem ser um "fraudulento" sistema eleitoral sob o presidente Nicolás Maduro.

O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira que a coalizão da oposição irá tentar levantar apoio internacional, que pode resultar em mais sanções contra o governo Maduro.

O impopular governo teve inesperada vitória na eleição regional de domingo, conquistando 18 dos 23 Estados em meio a uma crise econômica debilitante, com milhões de pessoas sem refeições e uma inflação elevada destruindo salários.

Pesquisas de opinião haviam previsto que a oposição iria derrotar com facilidade os socialistas governistas. Os rivais de Maduro disseram que foram prejudicados por uma combinação de truques sujos, como alteração de centenas de centros de votação em áreas da oposição no último minuto e inclusão de nomes de políticos da oposição que perderam nas primárias nas cédulas.

"Nós fizemos um grande esforço, nós buscamos superar todos os obstáculos, e o que o governo fez foi atualizar sua fraude e sua trapaça", disse Borges, acrescentando que os políticos iriam viajar para países da América Latina e outras nações apoiadoras em breve.

"Nós temos os registros completos deste processo eleitoral e nós vamos enviá-los para vários órgãos internacionais, para que... eles possam ser auditados", acrescentou Borges, que não deu mais detalhes sobre as viagens.

OPOSIÇÃO DESGASTADA

Embora a oposição inicialmente tenha denunciado fraude, sem fornecer provas, posteriormente reduziu suas acusações e agora foca no Estado de Bolívar, rico em minérios e onde diz que seu candidato derrotado teve votos decisivos roubados.

Maduro chamou seus oponentes de maus perdedores que denunciam fraude quando conveniente. Nesta quinta-feira, ele empossou Hector Rodríguez, uma estrela em ascensão do Partido Socialista, como governador do Estado de Miranda, em uma cerimônia repleta de música e dança.

Políticos da oposição reconheceram que desmoralização dentro da própria classe prejudicou o comparecimento. Muitos apoiadores da oposição estão exaustos após quatro meses de protestos anteriormente neste ano e estavam relutantes em participar no que alguns viram como uma eleição fraudada que iria legitimar Maduro como um ditador.

Eles ficaram ainda mais pessimistas após a votação, no entanto, conforme o resultado levantou dúvidas sobre se conseguem remover o governista Partido Socialista na eleição presidencial do ano que vem.

"A maneira que o governo lidou com a votação (de domingo) sugere que não está nem mesmo disposto a sediar eleições presidenciais livres e justas em 2018, mesmo que isto gere crescente isolamento internacional, agitações renovadas, e aumente da migração para o exterior", escreveu a consultoria Eurasia em nota aos clientes nesta semana.

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