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Líder do Senado não desfaz impasse em negociações na Itália

Elisabetta Alberti Casellati recebeu "mandato exploratório"

18 abr 2018 - 21h53
(atualizado às 22h11)
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Em meio a um impasse que já dura quase dois meses, caberá à primeira mulher a presidir o Senado da Itália a árdua tarefa de tentar dar um novo governo ao país.

Elisabetta Alberti Casellati recebeu "mandato exploratório" de Sergio Mattarella
Elisabetta Alberti Casellati recebeu "mandato exploratório" de Sergio Mattarella
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Sem enxergar a hipótese de um acordo entre os partidos, o presidente Sergio Mattarella entregou a Elisabetta Alberti Casellati, 71 anos, um mandato "exploratório" para "verificar a existência" de uma possível maioria parlamentar entre a coalizão de direita e o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

A decisão do chefe de Estado já era esperada, uma vez que duas rodadas de negociações no Palácio do Quirinale, sede da Presidência da República, não foram suficientes para garantir um governo estável à Itália.

Casellati, eleita presidente do Senado - o segundo cargo na hierarquia do Estado - no último dia 24 de março, tem longa carreira no Parlamento e pertence ao conservador Força Itália (FI), fundado e chefiado por Silvio Berlusconi.

Formada em direito pela Pontifícia Universidade Lateranense, com sede em Roma, ela é considerada muito próxima a Berlusconi, personagem que representa um dos entraves nas negociações entre a direita e o M5S.

O partido antissistema, dono de um terço do Parlamento, se recusa a governar ao lado do ex-primeiro-ministro, um dos pilares da aliança conservadora, que detém 42% dos assentos na Câmara e no Senado. Por conta disso, tenta atrair apenas a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, e garantir a poltrona de premier para Luigi Di Maio, líder do M5S.

Por sua vez, Salvini se recusa a romper a coalizão de direita, para tentar ficar ele mesmo com o posto de primeiro-ministro, já que a Liga é o partido mais votado dentro da aliança. No primeiro dia de mandato exploratório de Casellati, não houve avanços.

"Di Maio e Berlusconi, parem de dizer 'não' toda hora, os italianos não merecem seguir mais um mês deste modo", declarou Salvini, que vem se mostrando o mais impaciente dos três. Já Di Maio voltou a excluir Berlusconi e cobrou que o líder da Liga decida até o fim desta semana se está pronto a firmar um "contrato de governo" com o M5S. "É o único possível", disse.

Salvini quer que Di Maio desista da cadeira de primeiro-ministro e já até mostrou abertura à hipótese de indicar um "terceiro", em comum acordo entre a direita e o M5S. O prazo, no entanto, é curto. Mattarella deu a Casellati apenas até sexta-feira (20) para ela apresentar suas conclusões.

Se não houver acordo, o presidente pode conceder outro mandato exploratório, desta vez ao líder da Câmara, Roberto Fico (M5S), que sondaria os parlamentares tendo em vista uma maioria diferente, com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. 

Ansa - Brasil   
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