Líder do M5S confirma prioridade ao PD em negociações
Luigi Di Maio ainda elogiou ministros do governo anterior
O líder da legenda antissistema italiana Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, reconheceu nesta terça-feira (3) que dará prioridade ao Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, nas negociações para a formação de um novo governo.
A declaração chega após o M5S ter afirmado que o PD e o partido de ultradireita Liga, comandado por Matteo Salvini, são suas únicas opções para garantir maioria no Parlamento, excluindo o Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi.
"O primeiro interlocutor do M5S é seguramente o PD, com o atual secretário [Maurizio Martina] e com as pessoas que, nos últimos anos, trabalharam bem", disse Di Maio à emissora "La7". Além disso, ele elogiou a gestão de Martina, secretário "regente" do Partido Democrático, no Ministério de Políticas Agrícolas e outros ministros do PD, como Dario Franceschini (Bens Culturais) e Marco Minniti (Interior).
"Nunca dissemos que são todos iguais: muitos de nós expressaram apreço pelo trabalho de Martina na Agricultura e de Minniti e Franceschini. O PD deve escolher se continua a seguir a linha de [Matteo] Renzi, que, para atingir o M5S, atinge o país", acrescentou.
O ex-primeiro-ministro é o principal defensor da ideia de que o PD vá para a oposição, algo que está longe de ser unânime dentro do partido. Franceschini, por exemplo, é o principal expoente da "AreaDem", a maior corrente do Partido Democrático e não tão identificada com Renzi. Além disso, é próximo ao presidente Sergio Mattarella, a quem certamente não agradaria ter de convocar novas eleições.
A postura de Di Maio também é um sinal das dificuldades nas negociações com a Liga, que também não abre mão de comandar o governo e não dá indícios de que romperá a coalizão conservadora com Berlusconi.
"Salvini deve escolher a revolução ou a restauração. Deve decidir se abandona Berlusconi e começa a mudar a Itália ou permanece ligado a Berlusconi e não muda nada", declarou Di Maio. As consultas com Mattarella para a formação do governo começarão nesta quarta-feira (4) e irão até a próxima quinta (5).