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Líder de protestos em Hong Kong visita Alemanha

Wong disse que território é Berlim na nova Guerra Fria

11 set 2019 - 12h00
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O ativista Joshua Wong, um dos líderes do movimento pró-democracia em Hong Kong, afirmou nesta quarta-feira (11), durante coletiva de imprensa em Berlim, que "Hong Kong é a nova Berlim na nova Guerra Fria".

Líder de protestos em Hong Kong visita Alemanha
Líder de protestos em Hong Kong visita Alemanha
Foto: EPA / Ansa - Brasil

    Em visita ao território alemão, Wong denunciou que a polícia de Hong Kong atingiu um "nível bárbaro de violência" nos últimos três meses. "Carrie Lam deu luz verde à brutalidade policial e pedimos à Europa e à Alemanha que condenem essa violência", acrescentou o jovem de 22 anos, que se tornou uma das principais vozes dos protestos que exigem a renúncia da governadora. A ex-colônia britânica foi entregue pelo Reino Unido á China em 1997, com o princípio de "um país, dois sistemas", e possui um status semiautônomo. A onda de protestos, por sua vez, remete à "Revolução dos Guarda-Chuva", que, em 2014, manteve o centro do território ocupado por 79 dias para pedir uma democracia plena. Pequim, no entanto, acusa "atores externos" de encorajarem as manifestações para desestabilizar Hong Kong. Os atos tiveram início há mais de 3 meses contra um projeto de lei que previa a extradição de suspeitos de crimes para a China continental. "Pedimos que o mundo livre se junte a nós na resistência ao regime autocrático chinês", acrescentou Wong, descrevendo o presidente da China, Xi Jinping, como "um imperador" e afirmando que "enviar tropas chinesas não é uma saída".

    Na coletiva em Berlim, o ativista ainda pediu para a Europa "suspender as negociações comerciais até que os direitos humanos sejam incluídos na agenda" de Hong Kong. "Nos disseram para mudar o sistema de dentro, mas o governo chinês transformou a nova geração em uma geração de dissidentes", continuou. Em meio à onda de violência e conflitos entre manifestantes e a polícia, a governadora Carrie Lam anunciou oficialmente a retirada do projeto de lei - a medida estava suspensa desde 15 de junho. "A decisão de retirar a controversa lei de extradição não é suficiente", ressaltou Wong, anunciando que, nos próximos dias, estará nos Estados Unidos, onde encontrará vários diretores de "importantes jornais americanos" e participará de uma reunião com o senador Marco Rubio. Angela Merkel - Durante debate sobre a manobra orçamentária em discussão em Berlim, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que "a manutenção dos direitos humanos é essencial" em Hong Kong. Em sua visita à China na semana passada, a chanceler observou a importância do respeito dos direitos humanos e "isso também é verdade" no território. A China tem "responsabilidades crescentes na ordem multilateral global. Continuamos a acreditar que o princípio de um país e dois sistemas está correto", acrescentou Merkel. Ontem (10), o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, foi criticado pelas autoridades de Pequim por se encontrar com Wong.

Ansa - Brasil   
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