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Líder de oposição do Zimbábue é detido após deportação da Zâmbia

9 ago 2018 - 10h01
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A polícia do Zimbábue colocou o ex-ministro das Finanças e líder de oposição Tendai Biti sob custódia nesta quinta-feira, depois que autoridades da Zâmbia rejeitaram seu pedido de asilo e o deportaram, disseram seus advogados.

Ex-ministro das Finanças e líder de oposição do Zimbábue Tendai Biti fala com jornalistas em Harare  07/09/2016 REUTERS/Philimon Bulawayo
Ex-ministro das Finanças e líder de oposição do Zimbábue Tendai Biti fala com jornalistas em Harare 07/09/2016 REUTERS/Philimon Bulawayo
Foto: Reuters

Segundo a polícia, Biti e oito outras figuras proeminentes da oposição supostamente fomentarem a violência na esteira da acirrada eleição nacional do Zimbábue na qual o presidente Emmerson Mnangagwa foi declarado vencedor.

"A informação que temos é que agora ele está sendo escoltado por detetives de volta a Harare", disse Alec Muchadehama, um dos vários advogados zimbabuanos que representam Biti, à Reuters.

A porta-voz da polícia nacional, Charity Charamba, disse não ter informações sobre o caso de Biti.

Seis pessoas morreram na semana passada em uma ação repressiva do Exército a protestos contra a vitória do partido governista Zanu-PF, de Mnangagwa. Seu principal rival, o líder opositor Nelson Chamisa, acusou o governo de reprimir membros de seu partido.

Biti, cujo Partido Democrático do Povo formou uma aliança com o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), de Chamisa, estava escondido desde a semana passada e teme por sua vida, disse um de seus advogados, Nqobizitha Mlilo.

Crítico sem papas na língua, Biti está quase na mesma situação em que se encontrava em 2008, quando foi preso por anunciar que o falecido líder do MDC, Morgan Tsvangirai, havia vencido uma eleição presidencial.

Mais tarde resultados mostraram que Tsvangirai derrotou o ex-presidente Robert Mugabe, mas não com votos suficientes para evitar um segundo turno.

A embaixada britânica em Harare disse estar acompanhando atentamente o caso do ex-ministro e que conversou com autoridades do Zimbábue e da Zâmbia.

"Nós (e outros) estamos esperando garantias claras das autoridades zimbabuanas de que sua segurança será garantida e seus direitos constitucionais plenamente respeitados", disse a embaixada em sua página de Twitter.

Os tumultos pós-eleição lembram as eleições questionadas do governo de quatro décadas de Mugabe, deposto em novembro por um golpe militar.

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