PUBLICIDADE

Mundo

Líder de Mianmar nega estar sendo leniente com militares

20 set 2017 - 11h07
(atualizado às 12h07)
Compartilhar
Exibir comentários

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, rejeitou uma insinuação de que está sendo leniente com os militares do país, que a Organização das Nações Unidas (ONU) acusou de promoverem uma limpeza étnica, dizendo que seu relacionamento com os generais é normal e que seu objetivo é a reconciliação nacional.

Líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, durante pronunciamento em Naypyitaw, Mianmar 19/09/2017 REUTERS/Soe Zeya Tun
Líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, durante pronunciamento em Naypyitaw, Mianmar 19/09/2017 REUTERS/Soe Zeya Tun
Foto: Reuters

Na terça-feira, Suu Kyi condenou os abusos de direitos humanos no Estado de Rakhine, onde um conflito iniciado no mês passado forçou mais de 421 mil muçulmanos rohingyas a fugir para a vizinha Bangladesh, e disse que seus responsáveis serão punidos.

Mas, no primeiro discurso que fez à nação de maioria budista sobre a crise, ela não abordou as acusações da ONU a respeito da limpeza étnica supostamente levada a cabo pelas forças de segurança, provocando uma reação internacional fria.

"Jamais mudamos nossa posição", disse Suu Kyi em uma entrevista à rádio Free Asia quando lhe indagaram se ela suavizou sua postura com os militares, e quem passou anos desafiando em sua campanha pela democracia.

"Nosso objetivo tem sido a reconciliação nacional desde o começo. Jamais criticamos os próprios militares, mas somente suas ações. Podemos discordar destes tipos de ações".

Suu Kyi citou sua tentativa, frustrada no Parlamento, de mudar a Constituição formulada pelos militares, que a impede de ocupar a Presidência e dá a estes a responsabilidade pela segurança e um veto sobre reformas na Carta Magna.

"Continuaremos a realizar mudanças no Parlamento. Fui firme com os militares antes e continuo sendo agora", afirmou ela à rádio.

Mais uma vez ela não se referiu às acusações de que as Forças Armadas estão envolvidas em uma limpeza étnica.

Suu Kyi, filha de um líder independentista de Mianmar que fundou o Exército, era louvada no Ocidente há anos como uma defensora da democracia durante anos de controle militar e prisão domiciliar.

Mas a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz vem acumulando críticas por falar pouco sobre os abusos praticados contra os rohingyas.

Monitores de direitos humanos e rohingyas em fuga afirmam que o Exército e vigilantes budistas de Rakhine montaram uma campanha de incêndios criminosos com a meta de expulsar do país a minoria muçulmana em grande parte apátrida.

O alto comissário da ONU para os direitos humanos disse se tratar de "um exemplo didático de limpeza étnica". Mianmar rejeita a acusação, dizendo que suas forças enfrentam insurgentes do Exército de Salvação Arakan que acusa de causar os incêndios e de atacar civis.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade