PUBLICIDADE

Mundo

Líder de Mianmar diz que terrorismo no Estado de Rakhine é ameaça à região

21 ago 2018 - 08h46
Compartilhar
Exibir comentários

O terrorismo continua sendo uma ameaça no Estado de Rakhine, em Mianmar, e pode ter "consequências graves" para a região, disse a líder do país do leste asiático, Aung San Suu Kyi, nesta terça-feira.

Líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi  17/03/2018  REUTERS/David Gray
Líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi 17/03/2018 REUTERS/David Gray
Foto: Reuters

Em uma palestra em Cingapura, Suu Kyi não citou os muçulmanos rohingyas, dos quais mais de 700 mil fugiram do norte de Rakhine desde uma operação repressiva do Exército que começou um ano atrás em reação a ataques de insurgentes contra postos de segurança.

Os ataques foram realizados pelo Exército de Salvação Arakan Rohingya (ARSA), que Mianmar diz ser um grupo terrorista.

"O perigo de atividades terroristas, que foi a causa inicial dos eventos que levaram à crise humanitária em Rakhine, continua real e presente hoje", afirmou.

"A menos que esta ameaça de segurança seja encarada, o risco de violência intercomunitária permanecerá. É uma ameaça que pode ter consequências graves, não só para Mianmar, mas também para outros países da região e além".

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, antes vista como o rosto da luta de Mianmar pela democracia, vem sendo criticada por não se posicionar contra a repressão militar, que a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou como uma "faxina étnica".

No final do ano passado Mianmar e Bangladesh, países de maioria budista, firmaram um acordo de repatriação de rohingyas, a maioria dos quais é apátrida e sujeita a restrições em Mianmar.

Suu Kyi disse que espaços foram mapeados para o reassentamento de pessoas que fugiram para Bangladesh, onde vivem em campos de refugiados.

Mas ela disse que é difícil estabelecer um cronograma para seu retorno porque os dois países precisam trabalhar juntos para combinar o processo, insinuando que cabe a Daca dar início a tal processo.

"Os retornados têm que ser devolvidos por Bangladesh. Só podemos lhes dar as boas-vindas na fronteira", argumentou.

"Acho que Bangladesh também teria que decidir quão rápido quer que o processo seja completado".

Mianmar rejeitou as acusações de faxina étnica e refutou a maioria dos relatos de atrocidades, culpando "terroristas" rohingya.

Os rohingyas, que se veem como nativos de Rakhine, sãos vistos por muitos da maioria budista de Mianmar como intrusos e não têm direito à cidadania.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade