Líder de Hong Kong nega intenção de renunciar após vazamento de áudio
Em áudio, Carrie Lam disse que deixaria o cargo se pudesse
A chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, negou qualquer intenção de renunciar ao cargo depois de falar em um áudio vazado que ?pediria demissão se pudesse?.
Na última segunda-feira (2), uma gravação, de 24 minutos, captada em uma reunião a portas fechadas entre Lam e empresários, foi divulgada pela agência ?Reuters?. ?Se eu tiver uma escolha, a primeira coisa é sair e pedir desculpas sinceras?, disse ela.
A mandatária ainda sugere que a impossibilidade de escolher seu futuro se deve ao fato de que seu governo serve ?a dois mestres, pela Constituição?: o povo de Hong Kong e o governo chinês.
Carrie também ressalta que o caos no território é um problema de segurança nacional e que a China não tem um prazo para resolver a crise em Hong Kong e que as autoridades não enviariam tropas para encerrar os protestos.
Hoje, apesar de afirmar que ?nunca pediu demissão?, Lam não negou a autenticidade do áudio durante a coletiva de imprensa semanal. ?A escolha de não renunciar é minha própria escolha?, afirmou, insistindo que quer ajudar o território em uma ?situação muito difícil e servir o povo?.
?Foi uma conversa privada que foi divulgada ao público?, afirmou a líder de Hong Kong, acrescentando que considera o episódio ?inapropriado? e ?muito decepcionante?.
O vazamento veio à tona em meio à série de protestos contra o governo de Hong Kong, que foram desencadeados pela votação de um projeto de lei que autoriza a extradição de suspeitos de crime para a China continental, mas ganharam força também em prol de democracia. Além disso, Lam, que arquivou o projeto, tornou-se alvo dos manifestantes.
?Estamos estudando todas as soluções legais para resolver a situação. O cenário atual é bastante desafiador, mas a melhor maneira de lidar com isso é através da comunicação e do diálogo com pessoas de diferentes status sociais e posições políticas?, observou.
As declarações da governadora de Hong Kong foram dadas um dia depois que centenas de estudantes universitários e de ensino médio boicotaram o início do ano letivo. O novo ato ocorreu depois de manifestantes terem bloqueado novamente o Aeroporto Internacional do território.
Desde o início dos protestos, 1.117 pessoas já foram presas, de acordo com balanço da polícia, sendo 159 apenas no último fim de semana.