Líder da extrema-direita alemã não vai concorrer à reeleição
Considerado 'moderado', Meuthen perdeu espaço para mais radicais
O copresidente do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Jörg Meuthen, 60 anos, anunciou nesta segunda-feira (11) que não vai concorrer à liderança do partido na eleição interna que será realizada em dezembro.
Meuthen, que é eurodeputado desde 2017, estava na liderança da sigla ultranacionalista há mais de seis anos e é considerado um político "mais moderado" para o padrão da AfD.
No entanto, o professor de economia foi perdendo espaço interno para nomes mais radicais, como o copresidente Tino Chrupalla, 46 anos, e para a economista Alice Weidel.
Segundo a mídia alemã, uma das últimas metas do eurodeputado era evitar que toda a sigla fosse para o lado da "ala" liderada por Björn Höcke, que está sob a vigilância das autoridades constituídas alemãs por xenofobia e antissemitismo.
No entanto, a manobra para remover Höcke do partido acabou sendo barrada pelo grupo de Chrupalla e Weidel, que dizem que cerca de 40% da sigla apoia essa área mais "radical" da AfD.
Na carta em que anunciou sua desistência da nova candidatura, Meuthen alegou que quer "passar mais tempo com a família", mas que continuará "a fazer sua voz ser ouvida".
A AfD foi fundada há pouco mais de oito anos em uma base política contra a União Europeia e suas instituições - mas se ampliou após a crise migratória de 2015. O partido é conhecido por suas posições xenofóbicas e de ultranacionalismo e já foi alvo de diversas investigações pelas posições radicais e extremistas.
A rejeição à AfD, que teve cerca de 10% dos votos nas eleições de 26 de setembro, é enorme na política tradicional, com todos os grandes partidos se negando a fazer qualquer tipo de coalizão com os expoentes da sigla. .
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