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Liberal de extrema-direita defensor da maconha pode ser fiel da balança em eleição de Israel

8 abr 2019 - 10h01
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A plataforma política de Moshe Feiglin pode ser apenas uma ilusão --uma mistura inebriante de legalização da maconha e reconstrução de um templo bíblico--, mas o candidato de extrema-direita pode ser o fiel da balança na eleição de terça-feira em Israel.

Moshe Feiglin, líder do partido Zehut, durante evento de canpanha em Tel Aviv, em Israel
02/04/2019
REUTERS/Corinna Kern/File Photo
Moshe Feiglin, líder do partido Zehut, durante evento de canpanha em Tel Aviv, em Israel 02/04/2019 REUTERS/Corinna Kern/File Photo
Foto: Reuters

Atraindo votos de eleitores jovens, o novo partido Zehut, de Feiglin, disparou nas pesquisas, que estimam que a legenda obterá até 6 das 120 cadeiras do Parlamento e poderá alterar o equilíbrio da montagem de uma coalizão que se seguirá à votação.

Nenhum partido isolado jamais teve maioria no governo de Israel. Nem o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, da sigla Likud, de direita, nem Benny Gantz, do partido de centro Azul e Branco, recebeu promessas públicas do Zehut de que este ficará ao seu lado quando tentar compor um governo.

Feiglin disse que suas condições aos dois rivais são a legalização da maconha e o controle do Ministério das Finanças, por meio do qual quer cortar os impostos corporativos e eliminar as taxas alfandegárias.

Ex-membro do Likud que tentou sem sucesso assumir a liderança de Netanyahu, o libertário Feiglin, de 56 anos, postula mercado livre e a legalização da maconha, enquanto seu plano para os palestinos está em segundo plano.

Suas políticas de extrema-direita pedem a anexação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, incentivos monetários para os palestinos emigrarem e a eventual construção de um terceiro templo judeu no local sagrado de Jerusalém que já foi o cenário de dois templos bíblicos.

O complexo, reverenciado pelos judeus como Monte do Templo e pelos muçulmanos como Santuário Nobre, abriga as mesquitas de Al-Aqsa e do Domo da Rocha, e é um dos locais mais polêmicos do conflito israelo-palestino.

"Minha solução é justiça, porque esta é a terra de Israel, não a terra de Ismael - é a terra do povo judeu", disse ele à Reuters.

Mas é sua defesa da legalização da maconha para fins recreativos que parece ter empolgado eleitores jovens de Israel, onde a erva é popular.

"Uma de suas pautas principais é a legalização, um mercado livre e a liberalização em geral. Não posso dizer que olhei cada linha de sua plataforma, deixei isso para o meu pai", disse Ofir Avisar, de 22 anos, que trabalha em um quiosque de cigarros de um shopping center de Jerusalém.

Outros são atraídos pela defesa de Feiglin de um governo pequeno.

"A maconha é uma parte pequena do seu charme", disse Uriya Peled, professor de 27 anos que foi ouvir Feiglin falar em um bar de Rishon Lezion, cidade próxima de Tel Aviv. "Não me considero de direita, esquerda ou centro, só quero liberdade".

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