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Lei de cidadania que exclui muçulmanos provoca caos na Índia

Manifestações já deixaram ao menos 6 mortos e centenas feridos

16 dez 2019 - 15h19
(atualizado às 16h12)
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A série de protestos na Índia contra a aprovação de uma polêmica lei que exclui muçulmanos de um projeto de concessão de cidadania se espalhou pelas universidades do país nesta segunda-feira (16) e já deixou ao menos seis mortos e 100 feridos. Milhares de estudantes se reuniram em Nova Délhi, Chennai, Bangalore, Mumbai e Lucknow, onde foram registrados confrontos entre manifestantes e policiais locais. A prestigiada universidade Jamia Millia Islamia, na capital indiana, também foi palco de atos violentos. Lá, os agentes usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Ao todo, 35 estudantes foram detidos. O vice-reitor do campus, Najma Aktar, condenou a ação policial e anunciou que a universidade solicitará uma investigação criminal contra os agentes. As autoridades indianas decretaram ainda o corte da internet e toque de recolher em algumas regiões do país. O epicentro da confusão ocorreu em Guwahati, na maior cidade do estado de Assam.

Lei de cidadania que exclui muçulmanos provoca caos na Índia
Lei de cidadania que exclui muçulmanos provoca caos na Índia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

    O novo projeto facilita a concessão de cidadania a pessoas do Paquistão, Bangladesh e Afeganistão que deixaram seus países por algum episódio de perseguição religiosa anterior a 2015 e estão na Índia ilegalmente. No entanto, a nacionalidade indiana será oferecida de maneira mais veloz apenas a budistas, cristãos, hindus, partis, jains e sikhs. Dessa maneira, os muçulmanos rohingyas de Myanmar, que já foram alvos de perseguições, ficaram de fora. A medida provocou intensos protestos desde a semana passada nos quais manifestantes queimaram pneus, trens e ônibus, forçando a interrupção do serviço em algumas áreas. Os cidadãos e diversas organizações justificam que a lei é contrário à Constituição indiana e às suas tradições. No entanto, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, garantiu, em sua conta no Twitter, que a nova lei "não afeta nenhum cidadão da Índia de nenhuma religião". "Nenhum indiano deve ficar preocupado com esta lei. A lei destina-se apenas a quem foi vítima de perseguição no estrangeiro e não tem outro sítio onde se refugiar a não ser a Índia", afirmou Modi, apelando depois à "paz, união e irmandade".

Ansa - Brasil   
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