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Lavrov afirma que Rússia não procura conflitos, mas protegerá seus interesses

18 fev 2017 - 11h36
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O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou neste sábado que seu país "não procura conflitos", mas protegerá seus interesses e acusou os europeus de terem "sacrificado o bom senso em favor de uma minoria contra a Rússia" e a Otan, de seguir como "uma instituição da Guerra Fria".

Em discurso perante a Conferência de Segurança de Munique, Lavrov defendeu uma "ordem mundial pós-Ocidental na qual cada país, baseando-se em sua soberania no marco da lei internacional, busque um equilíbrio entre seus próprios interesse nacionais e os interesses nacionais dos parceiros", com respeito à identidade histórica e cultural de cada um.

Lavrov afirmou que o objetivo de Moscou é "cumprir totalmente" com os acordos de Minsk para pôr fim ao conflito ucraniano e acusou Kiev de não ter dado passos por sua parte, garantindo que as sanções russas não serão levantadas enquanto os compromissos alcançados não forem completamente aplicados.

Perante os Estados Unidos, a Rússia deseja uma relação baseada no "pragmatismo, respeito mútuo e responsabilidade global compartilhada", afirmou o ministro antes de manifestar que Moscou está aberto, se Washington também estiver, a explorar o "imenso potencial" da cooperação política e econômica.

Para Lavrov, a etapa denominada pós Guerra Fria acabou e as instituições falharam na hora de se adaptar, como foi comprovado nos esforços a favor dos processos de democratização no Oriente Médio e o Norte da África.

Para a Rússia, a ampliação da Otan derivou em tensões de níveis sem precedentes nas últimas décadas

O ministro lembrou que a declaração que fixou as relações entre Rússia e a Aliança se baseava no interesse comum de evitar conflitos e ameaças na área euroatlântica respeitando os interesses da outra parte, não a criar "linhas de demarcação".

Segundo sua opinião, não foi atingido o objetivo, "fundamentalmente porque a Otan continua sendo uma instituição da Guerra Fria".

O ministro mostrou também sua rejeição aos que culpam a Rússia em suas tentativas de ampliar a denominada "nova ordem liberal" e confiou que os líderes mundiais "responsáveis" apostem por uma ordem "democrática e justa".

Lavrov apresentou a Rússia como um país euroasiático que deseja boas relações de vizinhança e lembrou que milhões de soldados soviéticos deram sua vida por uma Europa livre.

"Queremos ver uma Europa livre, independente em Relações Exteriores", recalcou o ministro para lamentar que a UE não encontra a forma para mudar sua política perante a Rússia.

Lavrov também exigiu hoje "provas" aos governos ocidentais que acusam Moscou de espionagem cibernética e ciberataques, e apontou que os EUA evitaram em repetidas ocasiões se sentar para falar com eles sobre este assunto.

EFE   
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