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Kirchner se compara a Lula na Argentina

Ex-presidente responde a processo de corrupção no país

18 set 2018 - 14h54
(atualizado às 15h36)
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- A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, comparou nesta terça-feira (18) sua situação judicial com a do ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde abril após ser condenado em segunda instância pelo TRF-4, no âmbito da operação Lava Jato.

Kirchner responde a sete processos judiciais.
Kirchner responde a sete processos judiciais.
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A ex-chefe de Estado compareceu a uma sessão de julgamento no processo em que é acusada de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção envolvendo o empresário Lázaro Baez, um dos principais beneficiados por obras públicas durante os mandatos da atual senadora (2007-2015).

Na última segunda-feira (17), ela teve a prisão preventiva pedida pelo juiz Claudio Bonadío por ser considerada a "chefe" de uma "associação ilícita" que pedia subornos a empresários em troca de concessões de obras públicas, no caso conhecido como "cadernos da corrupção".

Na sessão de hoje, a ex-presidente entregou um comunicado ao juiz Sebastán Casanello, responsável pela condução do processo, que a acusa de expatriar de cerca de US$ 60 milhões entre 2010 e 2013 para, depois, trazer o dinheiro de volta ao país de forma lícita. Há dez dias, foram feitas escavações em uma propriedade de Báez que tinham como objetivo encontrar o dinheiro e terminaram sem sucesso.

"Podem escavar toda a Patagônia argentina, ou onde quer que queiram, mas nunca vão encontrar nada que me incrimine, porque jamais me apropriei de dinheiro público algum", escreveu Kirchner, que, por ser uma parlamentar, só pode ser presa se perder o foro privilegiado, o que é descartado pela bancada peronista no Congresso. Kirchner também responde a outros sete processos judiciais.

A senadora ainda disse que "lamentavelmente, este fenômeno que vivemos tem um caráter regional na América Latina e foi qualificado pelo professor Luigi Ferrajoli, um dos expoentes mundiais do juspositivismo crítico, como uma agressão judicial à democracia. Neste sentido, as reflexões que formula o professor ao analisar a situação do Brasil com relação ao processo do presidente Lula, constituem uma descrição, mudando os nomes próprios, quase perfeita do que vem ocorrendo na Argentina", afirmou, citando a "total falta de imparcialidade dos magistrados" e a "campanha da imprensa" como principais semelhanças entre os dois casos.

Ansa - Brasil   
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