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Khalifa Haftar rejeita cessar-fogo na Líbia

Marechal disse que não pode "parar combate ao terrorismo"

10 jan 2020 - 09h41
(atualizado às 10h29)
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O marechal Khalifa Haftar, que move uma ofensiva militar para reunificar a Líbia sob seu poder, recusou nesta quinta-feira (9) uma proposta da Rússia e da Turquia para um cessar-fogo com as forças do primeiro-ministro Fayez al-Sarraj.

O marechal Khalifa Haftar durante reunião com o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, em 8 de janeiro
O marechal Khalifa Haftar durante reunião com o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, em 8 de janeiro
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"Agradecemos à Rússia pelo seu apoio, mas não podemos parar com o combate ao terrorismo", declarou Ahmed al-Mismari, porta-voz do Exército Nacional Líbio, conjunto de milícias comandado por Haftar.

Moscou dá apoio tácito ao marechal e teria inclusive enviado mercenários para ajudá-lo, enquanto a Turquia está do lado de Sarraj, que chefia o único governo na Líbia reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A ofensiva de Haftar começou em abril de 2019 e tem como objetivo conquistar a capital Trípoli.

Entenda a crise

A Líbia se fragmentou politicamente após a queda de Muammar Kadafi, em 2011, e desde então é palco de conflitos entre milícias.

De um lado, está o governo de união nacional guiado por Sarraj e apoiado pelos grupos armados de Trípoli e Misurata, pela ONU, pela Itália e pela Turquia; do outro, o Parlamento de Tobruk, no leste do país e fiel a Haftar, que tem apoio do Egito e dos Emirados Árabes.

O marechal, que busca derrotar o Islã político, e o Parlamento de Tobruk não reconhecem a legitimidade do governo Sarraj - instituído por uma conferência de paz no Marrocos, em 2015 - e controlam a maior parte do país, principalmente o leste e o desértico sul.

Ex-aliado de Kadafi, Haftar ajudou o coronel a derrubar o rei Idris, em 1969, mas rompeu com o ditador em 1987, após ter sido capturado no Chade. De lá, guiou, com o apoio da CIA, um fracassado golpe contra Kadafi. Por duas décadas, viveu como exilado nos Estados Unidos e ganhou cidadania americana.

Haftar se inspira no presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, que deu um golpe militar em 2013 para derrubar o islamista Mohamed Morsi e o governo da Irmandade Muçulmana, colocada na ilegalidade.

Ansa - Brasil   
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