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Juiz diz que EUA precisam reunir famílias imigrantes ou enfrentarão punições

10 jul 2018 - 19h04
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O governo dos Estados Unidos precisa reunir 63 crianças com menos de cinco anos de idade que foram separadas por autoridades da imigração após cruzarem do México para os EUA até esta terça-feira ou irá enfrentar punições, disse um juiz federal.

Crianças participam de protesto contra as políticas imigratórias dos EUA em ponte de fronteira, em Ciudad Juarez, no México
30/06/2018
REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Crianças participam de protesto contra as políticas imigratórias dos EUA em ponte de fronteira, em Ciudad Juarez, no México 30/06/2018 REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Foto: Reuters

O juiz norte-americano Dana Sabraw, de San Diego, disse a procuradores do governo que está mantendo prazos que estabeleceu no mês passado, quando ordenou que crianças com menos de cinco anos fossem reunidas até esta terça-feira e outras 2 mil fossem levadas de volta para seus pais até 26 de julho.

"Estes são prazos firmes. Não são metas aspiracionais", disse o juiz.

As crianças foram retiradas de seus pais sob a política imigratória de "tolerância zero" do presidente Donald Trump, que pede processo e detenção de imigrantes adultos que cruzam a fronteira sem autorização.

Sabraw também pediu para a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que apresentou o processo que levou à decisão de Sabraw em junho, apresentar documentos na quinta-feira sugerindo soluções caso o governo não reunifique as 63 crianças até terça-feira "ou dentro de proximidade imediata do dia".

Após críticas públicas e um desafio judicial, Trump paralisou a separação de famílias no mês passado.

O governo havia pedido para Sabraw estender os prazos porque precisa de mais tempo para realizar testes de DNA para confirmar relacionamentos familiares, realizar verificações de antecedentes, localizar pais que foram libertados de custódia e revisar aptidões dos pais.

Em documentos judiciais, a ACLU também informou que o governo está pedindo ações desnecessárias para reunir famílias, que não iriam acontecer se as famílias não tivessem sido separadas em primeiro lugar.

A ordem de Sabraw inclui exceções que podem ameaçar a segurança da criança. Como resultado, o número de crianças aptas a serem reunidas mudou nos dias recentes, conforme o governo descobriu que alguns indivíduos não eram pais como reivindicavam ou possuíam históricos criminais.

FUGINDO DA VIOLÊNCIA  

Muitas das crianças separadas estão fugindo da violência na Guatemala, em Honduras e em El Salvador, e a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kirstjen Nielsen, se encontrou com diplomatas destes países na Guatemala nesta terça-feira para discutir políticas imigratórias norte-americanas.

Alguns advogados representando as crianças separadas, que foram colocadas em sistemas de lares provisórios em todo o país, disseram que o governo não está dizendo a eles o que irá acontecer com seus jovens clientes.

A Sociedade de Assistência Jurídica, de Nova York, informou estar representando ao menos duas crianças com menos de 5 anos que foram separadas e cumprem os critérios do juiz para reunificação nesta terça-feira.

Um menino, de El Salvador, seria entregue para sua mãe, de acordo com Beth Krause, advogada supervisora do Projeto Juventude Imigrante da Assistência Jurídica.

O juiz Sabraw emitiu uma ordem de proteção blindando de divulgação os nomes das crianças e alguns detalhes de reunificação.

    Trump desdenhou de perguntas de repórteres sobre o prazo perdido nesta terça-feira. "Diga para pessoas não virem ao nosso país ilegalmente", disse. "Esta é a solução".

Algumas das famílias separadas chegaram em portos de entrada norte-americanos buscando asilo, o que não é ilegal.

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