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Juiz decidirá em maio se Salvini vira réu por sequestro

Caso se refere a bloqueio de navio de migrantes em 2019

5 mar 2021 - 15h17
(atualizado às 15h23)
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A decisão definitiva sobre a abertura de um processo contra o senador e ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini por sequestro será divulgada no próximo dia 14 de maio.

Matteo Salvini após audiência de processo preliminar em Catânia, sul da Itália
Matteo Salvini após audiência de processo preliminar em Catânia, sul da Itália
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A data foi anunciada nesta sexta-feira (5) pelo juiz preliminar de Catânia, Nunzio Sarpietro, a quem cabe decidir se o líder de extrema direita deve se sentar ou não no banco dos réus.

A penúltima audiência preliminar foi realizada nesta sexta, com o testemunho do embaixador Maurizio Massari, representante permanente da Itália na União Europeia e que foi interrogado sobre os acordos de redistribuição de migrantes e refugiados no bloco.

O caso diz respeito a uma ordem de Salvini, então ministro do Interior, para impedir o desembarque de 131 deslocados internacionais que haviam sido salvos pelo navio Gregoretti, da Guarda Costeira italiana, em julho de 2019.

A maior parte dos migrantes (116) ficou presa na embarcação durante cinco dias, até que Roma fechasse um acordo de acolhimento com outros países da União Europeia. A abertura do processo contra Salvini já foi autorizada pelo Senado, mas a decisão final cabe a Sarpietro.

O argumento do líder de extrema direita é que a decisão de impedir o desembarque dos migrantes até que houvesse um acordo na UE foi tomada por todo o governo, e não apenas por ele, que era o responsável pelas políticas migratórias da Itália na ocasião.

Sarpietro já tomou os depoimentos do ex-premiê Giuseppe Conte e dos ministros do Interior, Luciana Lamorgese, e das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, que na época dos fatos dividia o cargo de vice-primeiro-ministro com Salvini.

Também já foram interrogados os ex-ministros Elisabetta Trenta (Defesa) e Danilo Toninelli (Transportes). Antes da decisão final de Sarpietro, haverá mais uma audiência no dia 10 de abril. "Não faço prognósticos, continuo acreditando que fiz meu dever e que salvei vidas. Não peço medalhas, mas respeito", disse Salvini ao sair do tribunal.

Ministro do Interior entre junho de 2018 e setembro de 2019, o senador endureceu as políticas migratórias do país com a instituição de dois "Decretos de Imigração e Segurança".

Os chamados "Decretos Salvini" restringiram a permissão de estadia por motivos humanitários, instituíram multas de até 1 milhão de euros para ONGs que navegassem em águas territoriais sem permissão e autorizaram a prisão em flagrante de comandantes que desafiassem as autoridades.

Essas medidas, no entanto, foram revogadas após a Liga, partido do ex-ministro, abandonar a coalizão que apoiava Giuseppe Conte. 

Ansa - Brasil   
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