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Jornalistas russos pedem demissão em massa após reportagem sobre aliados de Putin

20 mai 2019 - 12h53
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Um editor sênior e dez jornalistas do jornal russo Kommersant se demitiram nesta segunda-feira em protesto contra a demissão de dois colegas devido a um artigo sobre uma possível remodelação dos aliados próximos do presidente Vladimir Putin.

Logo do jornal russo Kommersant em São Petersburgo
01/06/2017 REUTERS/Sergei Karpukhin
Logo do jornal russo Kommersant em São Petersburgo 01/06/2017 REUTERS/Sergei Karpukhin
Foto: Reuters

As demissões, envolvendo toda a equipe política do Kommersant, deram destaque às tensões entre editores e jornalistas no cenário midiático controlado pela Rússia, que é dominado por agências estatais pró-Kremlin.

Os dois repórteres, Ivan Safronov e Maxim Ivanov, disseram que foram forçados a se demitir após a editora do Kommersant -- de propriedade do empresário bilionário Alisher Usmanov -- se ofender por um artigo publicado em abril.

O Kommersant, empresa líder em negócios adquirida por Usmanov em 2006, não respondeu imediatamente a um pedido da Reuters por comentários.

A reportagem em questão, publicada em 17 de abril, mencionava fontes anônimas que diziam que Valentina Matviyenko, presidente da câmara mais alta da Assembleia Federal da Rússia, poderia ser substituída por Sergei Naryshkin, chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro, nos próximos meses.

O motivo pelo desentendimento em relação a essa reportagem não estava claro.

À época, porta-vozes de Matviyenko e Naryshkin se referiram ao artigo, que ainda está disponível no site do Kommersant, como "boatos".

Gleb Cherkasov, editor de políticas do Kommersant, disse que ele e 10 colegas se demitiram em solidariedade a Safronov e Ivanov, em um fluxo que o repórter Vsevolod Inutin disse que equivalia a toda a seção política do jornal.

"O acionista tem o direito de tomar decisões pessoais, os funcionários têm o direito de não concordar com eles de uma única maneira -- mudando o emprego deles", escreveu Cherkasov no Facebook.

Renata Yambaeva, editora-chefe adjunta de negócios que não se demitiu, culpou as críticas contra Usmanov e um de seus representantes, Ivan Streshinsky, denunciando as ações como pressão externa sobre o jornal.

"Talvez haja alguém entre os nossos leitores que possa explicar para... Usmanov e Streshinsky que agora estão destruindo uma das melhores mídias da Rússia", disse ela.

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