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Jimmy Lai diz que Hong Kong precisa de campanha democrática paciente, não radical

13 ago 2020 - 09h49
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Jimmy Lai, magnata da mídia de Hong Kong, disse nesta quinta-feira que ficou comovido com o apoio que recebeu depois de se tornar a pessoa mais destacada a ser presa em conformidade com uma nova lei de segurança nacional e pediu paciência para a "luta de longo prazo" pela democracia.

Magnata da mídia Jimmy Lai depois de ser solto em Hong Kong
12/08/2020 REUTERS/Lam Yik
Magnata da mídia Jimmy Lai depois de ser solto em Hong Kong 12/08/2020 REUTERS/Lam Yik
Foto: Reuters

Lai, apoiador firme do movimento democrático da cidade, foi preso na segunda-feira por suspeita de conluio com forças estrangeiras, e a polícia revistou os escritórios de seu tabloide Apple Daily.

Ele foi solto sob fiança na manhã de quarta-feira e recebido por uma multidão de apoiadores que bradavam "lute até o fim".

Em uma videochamada no Twitter batizada de #LiveChatWithJimmy, Lai agradeceu seus apoiadores e disse que sua ação mostrou que a operação policial foi uma "violação da crença do povo de Hong Kong" nas liberdades abrangentes do território, que ele comparou ao oxigênio.

"O oxigênio está diminuindo, e estamos todos sufocando, mas mesmo sufocando ainda estamos cuidando uns dos outros e continuamos resistindo e continuamos lutando por nosso Estado de Direito e liberdade", disse.

Lai, que a China vê como um "traidor", foi preso de acordo com uma nova lei de segurança imposta por Pequim no dia 30 de junho em reação a um ano de tumultos pró-democracia na ex-colônia britânica, que foi devolvida à China em 1997 segundo a fórmula "um país, dois sistemas" visando preservar sua autonomia.

O movimento pró-democracia de Hong Kong, atiçado pelos temores de que Pequim esteja reduzindo as liberdades da cidade, sempre contou e ainda conta com grande apoio local.

Lai disse que os ativistas democráticos têm que pensar no longo prazo.

"Não podemos ser radicais, não podemos confrontá-los cara a cara, porque somos como um ovo e eles são como um muro alto", disse.

"Temos que ser flexíveis, e inovadores e pacientes, mas persistir."

A lei pune o que quer que a China considere secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras até com prisão perpétua.

Críticos dizem que a lei aproxima a semiautônoma Hong Kong ainda mais do autoritarismo da China continental, e seus defensores dizem que ela levará estabilidade à cidade e salvaguardará sua prosperidade.

Desde a prisão de Lai, pessoas têm formado filas logo cedo para comprar seu Apple Daily, e muitas também compraram ações da Next Digital, a empresa de mídia que publica seu jornal, provocando uma valorização que passou de 2.000% em seu auge.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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