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Mundo

Itália usará militares para impedir fugas de migrantes

Medida foi anunciada enquanto a ministra do Interior visita a Tunísia

27 jul 2020 - 16h23
(atualizado às 16h29)
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A ministra do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, anunciou nesta segunda-feira (27) que enviará militares para a região sul do país na tentativa de fortalecer o controle sobre os centros de migrantes e refugiados.

A medida envolvendo a operação Safe Roads foi tomada após a Itália registrar mais uma fuga em um centro de acolhimento de migrantes em Porto Empedocle, na ilha da Sicília.

A decisão foi anunciada durante telefonema entre a política italiana e o governador da Sicília, Nello Musumeci, que expressou "todas as suas preocupações sobre a situação atual devido à pressão migratória na ilha".

"Denunciei novamente a situação insustentável na ilha e a preocupação dos prefeitos e comunidades locais cuja situação agravada corre o risco de criar, especialmente em algumas áreas, tensão e alarme social", explicou Musumeci.

Além da presença de contingentes militares, a ministra do Interior informou que abriu uma licitação para alugar outro navio para quarentena de deslocados internacionais e garantiu a presença de embarcações ao longo das costas da Sicília e perto da ilha de Lampedusa.

A ligação de Lamorgese foi feita no momento em que a ministra visita a Tunísia para abordar a preocupação do governo italiano com o aumento da imigração ilegal. Em 24 de julho, dos 11.191 imigrantes desembarcados na Itália, 5.237 eram provenientes da Tunísia, sendo quase 4 mil cidadãos tunisianos.

Em encontro com o presidente do país africano, Kais Saied, e o ministro do Interior da Tunísia, Hichem Mechichi, a italiana falou sobre os "fluxos descontrolados" que criam "problemas sérios relacionados à segurança nacional da saúde e que inevitavelmente reverberam nas comunidades locais afetadas pelos centros de acolhimento, dos quais os migrantes tunisianos, em particular, tentam fugir antes do final da quarentena obrigatória.

Lamorgese reiterou que a ação da Tunísia é "decisiva" para conter o deslocamento dos migrantes.

Segundo o governo tunisiano, a reunião entre os países foi uma oportunidade para debater assuntos de colaboração mútua, em particular a luta contra a imigração ilegal e as redes criminosas envolvidas no tráfico de pessoas.

O presidente Said, por sua vez, "deu garantias sobre a intensificação dos controles nas fronteiras marítimas para combater a atividade dos contrabandistas de migrantes". No entanto, enfatizou que "as soluções de segurança não podem resolver o fenômeno da migração ilegal", porque é "essencialmente uma questão humanitária" que exige uma "abordagem totalmente nova".

Ansa - Brasil   
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