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Itália ruma para acordo pós-eleição, mas líderes não falam disso aos eleitores

16 fev 2018 - 11h20
(atualizado às 11h26)
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A eleição da Itália vai ocorrer daqui a duas semanas e rivais políticos insistem que não farão um acordo para formar um governo no caso de um Parlamento sem maioria, um resultado que as pesquisas apontam como o mais provável.

Ex-primeiro ministro da Itália Silvio Berlusconi, em Roma 14/02/2018 REUTERS/Alessandro Bianchi
Ex-primeiro ministro da Itália Silvio Berlusconi, em Roma 14/02/2018 REUTERS/Alessandro Bianchi
Foto: Reuters

Durante a campanha, o líder de centro-direita Silvio Berlusconi classificou o chefe do anti-establishment Movimento 5-Estrelas, Luigi Di Maio, como somente um "rostinho bonito" cuja única experiência de trabalho foi a de fiscal no estádio de futebol de Nápoles "para poder ver os jogos de graça".

Matteo Renzi, ex-premiê de centro-esquerda, disse que Berlusconi quase levou o país à falência em 2011 e que o 5-Estrelas está repleto de "parasitas e fraudadores". Já Di Maio acusou tanto o partido de Renzi quanto o de Berlusconi de serem inerentemente corruptos.

"Agora é a hora em que você tem que ir na jugular de seu oponente", opinou Francesco Galietti, analista político da Policy Sonar de Roma.

Mas no dia seguinte à eleição de 4 de março líderes partidários como Berlusconi, da Força Itália, Di Maio, do 5-Estrelas, e Renzi, do Partido Democrático (PD), provavelmente recolherão as facas e começarão a conversar.

"Ninguém está insinuando possíveis alianças pós-voto porque primeiro tem que conversar com seus próprios eleitores", disse Maurizio Pessato, diretor da empresa de sondagens SWG. "Em 5 de março a situação virará completamente do avesso."

Mais de 50 milhões de italianos, incluindo os que vivem no exterior, serão convidados a depositar seus votos usando uma lei eleitoral jamais testada que terá dois terços de representação proporcional e um terço de eleitos por maioria dos votos.

O sistema híbrido foi adotado no ano passado em parte para conter as chances de uma vitória esmagadora do 5-Estrelas favorecendo a formação de coalizões antes da votação.

Como resultado, a direita e a esquerda criaram alianças táticas para ampliar seu apelo, mas as duas coalizões ainda parecem distantes de uma maioria parlamentar.

Devido ao elemento proporcional predominante da lei, cada partido --em uma coalizão ou não-- está colocando seus interesses em primeiro lugar, mesmo à custa de seus aliados.

A aliança de centro-direita que inclui Força Itália, Liga Norte e Irmãos da Itália está liderando as pesquisas com 36-38 por cento das intenções de voto, o que faz dela a única com chance de conquistar uma maioria absoluta.

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