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Mundo

Itália recorda vítimas de atentado na estação de Bolonha

Mattarella é o 2º presidente a participar de homenagem em estação

30 jul 2020 - 16h19
(atualizado às 17h31)
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O presidente da Itália, Sergio Mattarella, relembrou nesta quinta-feira (30) as vítimas do massacre de Bolonha, atentado terrorista ocorrido na manhã de 2 de agosto de 1980 contra a estação central da cidade e o qual provocou a morte de 85 pessoas e deixou mais de 200 feridas.

Mattarella é o 2º presidente a participar de homenagem em estação
Mattarella é o 2º presidente a participar de homenagem em estação
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Em uma homenagem pelos 40 anos da tragédia, o chefe de Estado italiano depositou uma coroa de flores no saguão da estação. Depois de Sandro Pertini (1978-1985), Mattarella é o primeiro presidente da República presente na celebração em Bolonha.

O líder italiano aproveitou o momento para recordar também do "Desastre de Ustica", quando um avião da companhia aérea Itavia caiu no mar há exatos 40 anos, matando todas as 81 pessoas a bordo.

"Após o gesto de homenagem à placa em comemoração às vítimas da barbárie dos massacres, há poucas palavras a dizer: dor, lembrança, verdade", disse. "Minha presença aqui tem esse significado: participação na dor que resta, solidariedade da República por essa dor".

Para Mattarella, o momento representa o "dever de recordar a memória para que nunca se perca a consciência do que aconteceu e que deve ser evitado para o futuro".

O atentado em Bolonha aconteceu às 10h25 (horário local), por meio de uma bomba-relógio que explodiu dentro de uma sala de espera da estação ferroviária, que no momento estava repleta de pessoas, principalmente turistas.

A explosão destruiu grande parte do edifício central do local e atingiu o trem que passava. O teto da sala de espera cedeu com o acionamento da bomba e desabou em cima das vítimas. Entre as pessoas que morreram no atentado, estavam quatro crianças com menos de 10 anos de idade. No entanto, grande parte das vítimas tinha entre 20 e 27 anos.

O ataque foi atribuído a militantes do grupo neofascista Núcleos Armados Revolucionários (NAR) e se tornou o pior ataque terrorista pós-guerra no país. No início deste ano, o Ministério Público de Bolonha encerrou a nova investigação com a identificação de cinco nomes considerados os principais mandantes e executores do crime.

"Reiterar o desejo de desenvolver todo compromisso com a verdade, com todos os elementos que possam contribuir para alcançar plenamente a verdade", enfatizou Mattarella, ao falar sobre a importância de descobrir o que realmente aconteceu em relação ao massacre.

Durante a homília na celebração, o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha, disse que os "principais massacres são protegidos pelas sombras e pela cumplicidade".

"A memória também nos faz sentir a injustiça aguda e insuportável da falta de verdade, amarga, porque também nos lembra decepções, atrasos e opacidade com frequência, sem rosto e sem nome", finalizou o religioso.

Mattarella, por sua vez, encerrou sua visita no Museu da memória de Ustica, onde são mantidos os destroços do avião DC9 Bolonha-Palermo, que caiu no mar em 27 de junho de 1980, com 81 vítimas.

"Este museu é um templo da memória que permite manter intacta a memória da tragédia de Ustica", escreveu o presidente italiano no livro de visitantes. A frase é um apelo ao compromisso de defender a vida e a liberdade.

Ansa - Brasil   
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