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Itália pede 'verdade' nos 40 anos de massacre em Bolonha

Líderes políticos participaram de cerimônia em homenagem às vítimas

2 ago 2020 - 09h34
(atualizado às 09h43)
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A Itália recorda neste domingo (2) o aniversário de 40 anos do massacre ocorrido na Estação Central de Bolonha, na região da Emilia-Romagna, o qual matou 85 pessoas e deixou mais de 200 feridas.

O atentado aconteceu às 10h25 (horário local), por meio de uma bomba-relógio que explodiu dentro de uma sala de espera da estação ferroviária, que no momento estava repleta de pessoas, principalmente turistas.

A explosão destruiu grande parte do edifício central do local e atingiu o trem que passava. O teto da sala de espera cedeu com o acionamento da bomba e desabou em cima das vítimas. Entre as pessoas que morreram no atentado, estavam quatro crianças com menos de 10 anos de idade. No entanto, grande parte das vítimas tinha entre 20 e 27 anos.

"É hora de abrir os arquivos. É hora de removê-los das gavetas. Bolonha não é mais apenas um processo judicial, tornou-se um tópico histórico. E a história não pode ser escrita com segredos de estado, silêncios ou omissões A história está escrita na tinta indelével da verdade", declarou a presidente do Senado da Itália, Elisabetta Casellati, durante homenagem às vítimas.

O presidente italiano, Sergio Mattarella, que visitou o local e depositou flores em um memorial há alguns dias, reafirmou "a proximidade, a solidariedade e a participação no sofrimento das famílias das vítimas e a na cidade de Bolonha, tão gravemente afetadas pelo hediondo e criminoso gesto terrorista".

O líder italiano voltou a exigir "verdade e justiça plenas". O premier Giuseppe Conte, por sua vez, disse que, "40 anos após o massacre em Bolonha" está "ao lado das famílias, dos que acreditam no estado, dos magistrados que trabalham para destruir o véu que nos separa da verdade".

O ataque em 1980 foi atribuído a militantes do grupo neofascista Núcleos Armados Revolucionários (NAR) e se tornou o pior ataque terrorista pós-guerra no país. No início deste ano, o Ministério Público de Bolonha encerrou a nova investigação com a identificação de cinco nomes considerados os principais mandantes e executores do crime.

Dois integrantes foram condenados à prisão perpétua, enquanto outros, incluindo membros que já morreram, pegaram penas de entre sete e 10 anos.

"Passaram-se 40 anos e, finalmente, nosso desejo de ter verdade começa a se tornar realidade, graças ao trabalho do Procurador-Geral de Bolonha que acompanhou o dinheiro de Licio Gelli e analisou a quantidade digitalizada de documentos que fornecemos", disse Paolo Bolognesi , presidente da associação de vítimas do Massacre de Bolonha.

Ansa - Brasil   
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