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Itália e França tentam resolver disputa sobre imigração; papa cobra mudança de postura de políticos

14 jun 2018 - 09h26
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Itália e França tentaram resolver nesta quinta-feira uma disputa sobre imigração, enquanto o papa Francisco pediu que políticos do mundo todo trabalhem em conjunto para ajudar os refugiados e respeitem sua dignidade.

Papa Francisco durante audiência na Praça de São Pedro, no Vaticano 13/06/2018 REUTERS/Tony Gentile
Papa Francisco durante audiência na Praça de São Pedro, no Vaticano 13/06/2018 REUTERS/Tony Gentile
Foto: Reuters

A Itália convocou um enviado da França na quarta-feira e exigiu desculpas do presidente francês, Emmanuel Macron, que havia dito que a medida de Roma de impedir o desembarque de um navio de resgate de imigrantes em seus portos havia sido um ato de "cinismo e irresponsabilidade".

Macron, em uma ligação telefônica na noite de quarta-feira com o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, disse que não teve a intenção de ofender "a Itália e o povo italiano", de acordo com uma nota. 

Os dois líderes confirmaram uma reunião de almoço na sexta-feira para discutir "novas iniciativas" para a imigração, um dia após o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, anunciar um "eixo" com a Alemanha e a Áustria para combater a imigração ilegal. 

"A França não quer a escalada do conflito, é contraproducente. Precisamos manter o diálogo", disse uma fonte próxima a Macron, enquanto o presidente visitava a cidade de Rochefort, no oeste do país. A fonte acrescentou que Macron não "aceitaria nenhuma retaliação". 

Salvini prometeu continuar a bloquear embarcações humanitárias estrangeiras nos portos italianos enquanto a Europa tenta entender como dividir a responsabilidade de lidar com migrantes que tentam adentrar a União Europeia a partir de zonas de conflito e países empobrecidos, a maioria deles na África e no Oriente Médio. 

Mais de 1,8 milhão de migrantes chegaram à Europa desde 2014, e a Itália agora abriga mais de 170 mil em pessoas em busca de asilo, assim como cerca de 500 mil imigrantes sem registro. Uma cúpula da União Europeia irá discutir as regras de asilo político do bloco no final deste mês. 

O papa Francisco, que fez da defesa dos refugiados uma plataforma de seu papado, repreendeu políticos por não respeitarem a dignidade dos imigrantes e exigiu uma "mudança de mentalidade". 

Ao discursar em uma conferência sobre imigração no Vaticano, o papa disse que países precisam trabalhar em conjunto e "parar de considerar os outros como ameaças ao nosso conforto, valorizando-os como pessoas cujas vidas, experiências e valores podem contribuir imensamente para o enriquecimento de nossa sociedade".

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